quarta-feira, 19 de novembro de 2014

3662) Dicionário Aldebarã VIII (19.11.2014)



O planeta de Aldebarã-5 tem uma civilização influenciada pelos colonizadores terrestres.  Seu vocabulário exprime as características da natureza do planeta, e o seu modo de observar os fenômenos da psicologia e da cultura.  Confiram os verbetes abaixo, recolhidos, meio ao acaso, do Pequeno Dicionário Interplanetário de Bolso.

“Canflas”: Cavernas com entradas em pontos diferentes, que servem de túnel e de atalho para os camponeses.  

“Domarb”: Rito de passagem para rapazes adolescentes, envolvendo pescaria, jejum e anamnese.  

“Sancros”: Imagens humanas como ex-votos, feitas por artesãos anônimos, e entregues a qualquer pessoa que tenha um rosto parecido com aquele.  

“Ampressim”: Prato de carne cozida com frutas, típico do inverno, com centenas de variantes.  

“Marlotch”: Criatura sobrenatural, espécie de tubarão que nada na terra, cruzando o chão sem furá-lo.

“Carandoley”: Dança folclórica de migrantes, sempre dramatizando cenas e ações de sua cultura que os locais são incapazes de compreender.  

“Perenides”:  Fontes de água gasosa que só começam a jorrar quando uma pessoa se aproxima.  

“Galfeiras”: Cestos de vime interligados, feitos de módulos conjugáveis, para levar frutas, flores, etc.  

“Mintales”: Próteses decorativas e trocáveis, para ajudar e divertir crianças que perderam membros na guerra.  

“Alanturas”: Espécie de lagartixa doméstica, muito rara, que se diz ter poderes proféticos e precisa ter seus trajetos pela casa acompanhados e compreendidos. 

“Marças”: Almôndegas apimentadas surgidas de uma tradição de comidas para afugentar pedintes importunos.  

“Nanilhos”: Combinações de anéis de acordo com o estado de espírito da pessoa naquela ocasião social específica (festa, velório, etc.).  

“Gázires”: Aves de quintal, com plumagem ampla, com variados padrões em preto e branco.  

“Trassal”: Colares com retratos de pessoas queridas, usados nas ocasiões festivas de encontros familiares.

“Cardenni”: Carteiros itinerantes que em cada casa entregam encomendas e recebem outras para entregar mais adiante. 

“Ancozul”: Lugar imaginário e utópico usado por redução-ao-absurdo para criticar o presente.  

“Varmenes”: Indícios inconscientes que uma pessoa dá sobre si mesma, e que todos percebem mas não comentam. 

“Tirvos”: Caricaturas em verso que os convivas improvisam uns sobre os outros na hora dos brindes pós-ceia. 

“Peljo”: Instrumento de metal multi-uso doméstico, para o qual sempre se tenta descobrir novas utilidades.  

“Dariones”: Condecorações que os civis se atribuem por feitos de interesse coletivo.  

“Trezun”: Divindade que em cada situação de crise encarna ao mesmo tempo os dois extremos opostos.




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