quinta-feira, 10 de abril de 2014

3469) A Vida e os Tempos de Ribebê Trancaz (10.4.2014)



Cap. 1 – De como Ribebê Trancaz desembarcou certa tarde em Brasília de um voo da Avianca, vestindo um terno da “Taylor and Stewart” e trazendo consigo três smartphones e uma pasta de documentos com dois cadeados. 

Cap. 2 – De como ele foi direto para o restaurante Piantella, onde sentou vizinho à mesa onde almoçavam dois ministros e logo-logo lhes vendeu a idéia de uma base espacial secreta a ser construída em algum lugar entre o Bico do Papagaio e Brasília, e o pitch foi tão bem sucedido que durante o petit gâteau já manipulavam a alta do cimento. 

Cap. 3 – De como Ribebê decolou novamente, e, sentado por acaso junto a um neurocirurgião, maravilhou-se com essa coincidência que o obrigou a confidenciar um segredo cuidadosamente guardado, o de que um laboratório da Noruega acabava de produzir um coagulante específico para a rede vascular cerebral, e diante da esteira de bagagens trocaram cartões de visita e apertos de mão efusivos.

Cap. 4 – De como ele desembarcou na Cidade do México e foi direto reunir-se com o Núncio Apostólico, a quem apresentou um documento de cardeais brasileiros pronunciando-se sobre uma tecnicalidade metafísica qualquer, e apesar da resistência inicial do Núncio saiu de lá com sua assinatura no documento e um convite para visitar sua casa de veraneio em Acapulco.  

Cap. 5 – De como Ribebê desceu no Recife e havia à sua espera um carro que o levou ao estúdio do artista ghoul420: aquários com leishmaniose, pregos enferrujados, copo de cólera, sêmen congelado com HIV; “o direito a escolher a morte”, disse o artista, e Ribebê assinou o patrocínio da expô inteira a percorrer Genebra, Paris e Milão.  

Cap. 6 – De como Ribebê Trancaz tirou três dias de folga e relax na Tailândia (“seeeei...”).  

Cap. 7 – De como Ribebê voltou à carga em Toulouse (França), usando uma megacorp aeroespeacial como mula para produzir um sistema de malotes transgeográficos entre a Provença medieval e o Nordeste mais medieval ainda.

Cap. 8 – De como, numa reunião urgente em Zurique, Ribebê foi acusado de malversação de fundos durante um pau-na-mesa da diretoria, mas defendeu o bastião com bravura, conseguindo um voto de confiança dos acionistas e a instauração de duas comissões de inquérito contra os que o acusavam.  

Cap. 9 -  De como ele desceu em Brasília num jatinho japonês fretado, convocou uma entrevista coletiva, e no meio da discussão foi finalmente identificado, localizado e preso pelos encarregados do Pinel, de onde fugira um mês antes numa madrugada de temporal, após nocautear o psiquiatra-residente sueco e furtar-lhe um terno, três smartphones e uma pasta de documentos com dois cadeados.