
(foto do Viajante no Tempo)
Um dos meus passatempos preferidos (hoje nem tanto, sou um homem ocupado, mas na juventude, quando eu tinha 700 anos de vida pela frente, dediquei-me muito a isto) é examinar pinturas ou fotografias antigas em busca de detalhes estranhos, curiosos ou enigmáticos. Se você passar bastante tempo com uma lupa examinando a Batalha de Avaí ou as Bodas de Caná vai acabar encontrando ali um professor de matemática que teve no Ginásio ou a sua vizinha do 402. É impressionante. Já vi palestras de ufólogos mostrando um disco voador pintado com riqueza de detalhes no céu de um quadro Renascentista. Já passei tardes examinando fotos de inocentes turistas que, reveladas, exibem fantasmas e aparições ao lado dos fotografados. E assim por diante. Perda de tempo? Pode ser, mas não mais do que assistir jogos de futebol.
Tropecei com dois exemplos interessantes, que dão o que pensar. Parece que existe agora, graças à Internet, uma geração de desocupados à procura de Viajantes no Tempo, pessoas que aparecem em fotografias ou filmes antigos e que, observadas com atenção, estão com roupas, objetos ou atitudes que não pertencem à época. Um deles é a imagem (já famosa) da mulher falando ao celular em 1928. No YouTube, o descobridor, George Clarke, explica que estava vendo os “extras” do DVD de O Circo de Chaplin, que incluem fotagem da estreia do filme. De repente, na calçada, passa uma mulher idosa, de preto, de chapéu, andando... e falando ao celular. (Vejam aqui: http://tinyurl.com/366fjy7). Ele repete a imagem, amplia, dá close, faz quadro-a-quadro... Claro, a imagem é antiga e pouco nítida. O que vemos é uma mulher segurando um objeto de forma retangular junto ao ouvido esquerdo, e falando, enquanto caminha sozinha pela rua. Muito comum hoje em dia. Mas, em 1928?
Outra imagem intrigante é a foto da inauguração de uma ponte nos EUA, por volta de 1941. Vemos um grupo de 20 ou 30 pessoas. Os homens, quase todos, vestem paletó e gravata, e usam chapéu. No meio deles, se sobressai um homem jovem, cabelo cortado curto, óculos escuros de formato moderno, casaco, camiseta escura com uma enorme letra impressa no peito, e segurando uma máquina fotográfica bem pequena. Cada um desses detalhes pode ser explicado com exemplos de 1941 – é o que faz o dono do saite que investiga a foto: (http://tinyurl.com/y249bem), mas todos juntos numa pessoa só, dão o que pensar. Basta ver a foto e perceber como aquele indivíduo destoa de todo o restante. Não parece ser truque, nem imagem colada sobre outra.
Viajantes no Tempo? Acho que não, mas ainda assim me pergunto: Por que não? Não é mais absurdo pensar em visitantes do futuro do que em visitantes interplanetários. Não sabemos como escapar ao fluxo do tempo, ainda, mas é este o único obstáculo. Se conseguirmos isso, acho muito mais provável que pessoas de 2040 queiram visitar 1940 do que homenzinhos verdes de outra galáxia queiram visitar a Terra.