quarta-feira, 4 de abril de 2012

2835) Dicionário Aldebarã IV (4.4.2012)




O planeta de Aldebarã-5 tem uma civilização influenciada pelos colonizadores terrestres. Seu vocabulário exprime as características da natureza do planeta, e o seu modo de observar os fenômenos da psicologia e da cultura. Confiram os verbetes abaixo, recolhidos, meio ao acaso, do Pequeno Dicionário Interplanetário de Bolso.

“Otumburã”: estilo de música folclórica em que letra e música são improvisadas livremente, desde que repitam trechos melódicos tradicionais, à guisa de refrão. “Ammau”: teclado que projeta e mistura luzes coloridas em formas abstratas, arte muito apreciada pelos aldebarãs, principalmente nas noites nubladas. “Umblô”: festa popular em que cada pessoa da aldeia se veste e se caracteriza como outra, e cada participante fica tentando adivinhar quem é o homenageado de cada um. “Liargen”: o hábito de, ao ir embora, deixarmos pequenos presentes escondidos na casa onde fomos recebidos como hóspedes.

“Mung”: pequena bolsa ou saquinho de pano onde os aldebarãs guardam as sementes das frutas que comem, para semeá-las depois em qualquer terreno. “Nuspemp”: quadro-mural existente nos quartos de hotel, onde os aldebarãs deixam fotos, frases, comentários para serem vistos (e levados embora) pelo próximo hóspede daquele quarto. “Zuim-zum”: sistema de pequenas portinholas nas paredes e no teto que, ao serem abertas ou fechadas em múltiplas combinações, mantêm ventilação permanente nas casas dos aldebarãs. “Stinchars”: edifícios horizontais que se acomodam às ondulações do terreno, de modo que nas partes onde o terreno se eleva o prédio tem apenas um andar, e nos vales chega a ter seis ou sete.

“Varkonks”: pequenos batráquios onívoros que durante as refeições são colocados em baixo e em volta da mesa, mantendo o chão escrupulosamente limpo. “Farginny”: arte vegetal com múltiplos enxertos superpostos num mesmo tronco produzindo efeitos cromáticos, aromáticos, etc. “Ollikonks”: bebida gasosa dos trópicos, que a cada gole dá a sensação de beatitude absoluta durante meio minuto, mas o efeito se dissipa e produz amnésia, e a pessoa bebe mais. “Amahliam”: a sensação que temos ao colocar na boca um copo ou xícara e constatar que a bebida está na exata temperatura ideal. “Kerfash”: echarpes finíssimas que as mulheres aldebarãs usam, com cores indicando o seu estado de espírito (levam várias na bolsa para trocar durante o dia). “Rundelph”: os cinco dias mensais de trabalho voluntário não remunerado que todo aldebarã pratica nas comunidades pobres. “Lumielm”: ceias periódicas de confraternização entre amigos em que, no final, cada um se ergue e explica aos demais o que está comemorando.