terça-feira, 9 de novembro de 2021

4762) Seis desaparecimentos misteriosos (9.11.2021)



1
A Biblioteca Municipal “Silva Jardim”, de Iguaratuba (PA), tem duas salas conexas, ambas com estantes, mesas e cadeiras. Cada sala comporta no máximo 16 leitores sentados. Um garoto de 15 anos desapareceu da sala interna, quando não havia ninguém mais com ele. Esta sala tem apenas a porta de comunicação com a sala externa, e cobogós de ventilação, estreitos, a dois metros de altura. A sala externa se comunica com uma pequena cozinha e banheiro, além de ter duas portas para a rua principal da vila. Ali trabalha a bibliotecária em sua escrivaninha. D. Dolores Furtado, 43 anos, funcionária pública, que cuida da biblioteca há oito anos. Segundo ela, havia um grupo de jovens na sala interna, fazendo trabalhos escolares, quando chegou Domício Eleandro da Rocha, 15 anos, pediu um livro e sentou sozinho numa mesa da sala interna. Morava perto dali, e era frequentador habitual. Meia hora depois, o grupo retirou-se. Poucos minutos após a saída deles, ela olhou pela porta e viu o rapaz mergulhado na leitura, e as outras mesas vazias. Na sala externa, onde ficava a escrivaninha dela, havia apenas uma mesa ocupada. “Era segunda-feira, véspera de feriado, dia imprensado”, explicou ela, para justificar o pouco movimento. Meia hora depois, ao olhar de novo a sala interna, percebeu que estava vazia. Não havia a menor possibilidade do rapaz ter saído sem ser visto por ela ou pelas outros leitores da sala externa. O livro que ele pediu foi deixado em cima da mesa. Isto aconteceu há seis anos, e não se teve mais notícias do rapaz.
 
2
Em 1961, na Cidade do México, uma paciente de 60 anos, a sra. María Rosa de Burgos, foi hospitalizada com anemia e esgotamento nervoso. Deu entrada no fim da tarde, foi medicada e posta a dormir num apartamento particular do Hospital de Las Mercedes, enquanto sua filha Carmela voltava para casa a fim de buscar objetos pessoais. Durante cerca de 45 minutos a paciente ficou sozinha, sem a companhia de qualquer outra pessoa, embora a porta do quarto ficasse no começo do corredor, bem à vista da enfermeira-chefe por trás de seu balcão. Após a saída da filha ninguém se aproximou da porta até que uma das enfermeiras foi ver se estava tudo bem, e no lugar da paciente encontrou uma bebê de poucas semanas de vida, febril, sem fraldas, sem qualquer sinal de identificação. D. María de Burgos jamais foi vista novamente. A bebê desenvolveu uma infecção no dia seguinte e logo faleceu. Na época, não existiam as tecnologias genéticas de identificação. Não se sabe de onde veio a menina, nem para onde foi a paciente idosa.
 
 
3
A srta. Meriane Burgos Quinderé, 52 anos, 1,68m de altura, 85 kg de peso, solteira, desapareceu da casa de praia de sua irmã Valquíria, no litoral de Cascatinha (ES), num sábado à tarde. A casa, onde havia seis pessoas, ficava meio isolada em relação às casas mais próximas, mas permanentemente sob a vista do sentinela do forte histórico de Três Nações, a menos de trinta metros. Naquele dia, a família toda foi à praia, e voltou para casa para o almoço. D. Meriane, de maiô e calçando sandálias havaianas, entrou no banheiro principal para tomar banho e trocar de roupa. Notando a sua demora depois de vários minutos, a família chamou em vão e depois arrombou a porta. Foram encontrados no banheiro o maiô que ela usara no banho de mar, as sandálias com que viera, e a muda de roupa (dobrada, não mexida) que trouxera para vestir depois do banho. O banheiro tinha apenas a porta que foi arrombada e uma estreita janela com basculante, para ventilação, janela esta voltada na direção do Forte, cujo sentinela garantiu que não viu ninguém sair por ali, muito menos uma senhora sem roupa alguma. Mesmo diante da improbabilidade dessa hipótese, um dos sobrinhos da desaparecida conseguiu içar-se até a janela para tentar sair por ela, mas ficou preso na passagem e acabou caindo e quebrando o braço. A família ofereceu uma sólida recompensa a quem trouxesse informações, mas de nada adiantou.
 
4
Na noite de 3 de maio de 1997, um carro se deteve na cancela de acesso ao Condomínio “Sonho Azul” na Estrada do Joá (Rio de Janeiro). O guarda que abriu a portinhola notou que o motorista estava sozinho, era um homem corpulento, de rosto largo, trajando paletó, e que aparentava estar chorando. O homem anunciou: “Casa oito, Dra. Freitas”. O vigia pegou o interfone e maquinalmente ligou para a casa oito, e quando não teve resposta lembrou-se que a casa 8 estava fechada há dois meses. Quando olhou novamente, o carro estava vazio, e uma fila de veículos recém-chegados já começava a se formar por trás dele. O segundo vigia, que saíra para fumar a alguns metros dali, garantiu sob juramento que ninguém havia deixado o automóvel, que continuou com o motor ligado e as luzes acesas. Seguiu-se uma certa confusão até que alguém tomou a providência de desviar o carro para que os demais automóveis de moradores e visitantes pudessem entrar. O homem que dirigia o carro (alugado poucas horas antes na locadora Hertz do Leblon, sob um nome que se comprovou falso) nunca mais foi visto. Representantes da administração do condomínio informaram às autoridades que a casa oito estava desocupada há várias semanas depois que a única moradora, uma médica aposentada, se enforcara no terraço.
 
 
5
O voo 1146 da Southwest Airlines entre Austin (Texas) e Miami (Flórida) decolou no dia 14 de fevereiro de 1973 com 84 pessoas a bordo. O voo foi sem escalas e tranquilo, com pequenas turbulências ocasionais, comuns na região próxima ao Golfo do México. Depois que todos desembarcaram, as comissárias perceberam nos porta-bagagens as bolsas e sacolas de duas passageiras, mãe e filha, que vinham sentadas juntas numa das últimas fileiras. Ninguém se lembrava de tê-las visto desembarcar, embora uma das atendentes tivesse trocado algumas frases com elas durante o voo. As bolsas de ambas estavam com documentos, carteira de dinheiro e objetos de uso pessoal. Elas eram a sra. Millicent Hopkins, 60 anos, e sua filha Nathalie, de 31, que iam comparecer ao aniversário de um parente. Pessoas da família que estavam à sua espera em Miami pressionaram por todos os meios a companhia aérea, a polícia revistou o avião de ponta a ponta. As duas senhoras Hopkins jamais foram vistas novamente, e a companhia abafou o caso.
 
 
6
Em 8 de julho de 1972, após uma reunião no Sindicato dos Gráficos de Ribeirão Preto (SP), onde se decidiu pela manutenção da greve da categoria, que já vigorava há duas semanas, o sindicalista Pedro Faustino Gitarelli, 42 anos, residente em São Paulo, despediu-se dos companheiros à 01:30 da madrugada. Embora o hotel onde se hospedara naquele dia estivesse a poucos quarteirões de distância, os colegas o aconselharam a tomar um táxi, devido ao adiantado da hora. Ele embarcou num táxi estacionado nas proximidades, cuja placa não chegou a ser anotada. O hotel não registrou seu retorno nesse horário. Um parente veio, dias depois, recolher sua mala e objetos pessoais. Pedro Faustino nunca mais foi visto, nem se tem notícias do seu paradeiro.