Uma das grandes vantagens da Internet é a possibilidade da consulta rápida a obras de referência como dicionários e enciclopédias. Sou do tempo em que um tradutor profissional, aqui no Rio de Janeiro, tinha que anotar num caderninho as principais dúvidas e depois passar uma tarde na biblioteca do Consulado Americano, rastreando palavras ou expressões obscuras. Hoje em dia, encontra-se isto com um simples clique.
Um saite a que costumo recorrer quando escrevo sobre música é o “Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira”, em: http://www.dicionariompb.com.br/. Acho que alguns leitores devem achar que eu sou uma sumidade ou que tenho memória privilegiada, porque quando falo de um disco antigo eu dou a data, ou quando cito versos de uma canção obscura eu dou o nome dos compositores. Ledo engano, amigos. Eu vou lá e procuro. Se o que estou fazendo aqui é jornalismo (como imagino que seja), me sinto na obrigação de dar a informação exata.
O “Dicionário Cravo Albin” é muito útil para pesquisas ou mesmo para “ficar passeando” lá dentro e reencontrando nomes que a gente tinha esquecido. Pode-se buscar um nome específico, pode-se clicar num índice alfabético, pode-se seguir uma dica aleatória que aparece do lado esquerdo da tela cada vez que ela é carregada. Agora mesmo, na tela que abri, apareceu: “Você conhece? Vanildo dos Pombos”. Eu nunca tinha ouvido falar, mas cliquei pra conferir, e sei agora que Vanildo é um sanfoneiro nascido em Vitória de Santo Antão, já tocou com o Mestre Ambrósio, teve a música “Vaqueiro Arroxado” gravada por Genival Lacerda, e assim por diante.
Para efeito deste artigo, bolei um teste. Anotei 10 nomes de artistas que muita gente talvez não conheça, para ver se havia verbetes sobre eles: Ari Lobo, Sérgio Murilo, Augusto Calheiros, Silvério Pessoa, Demônios da Garoa, Paraguassu, Gordurinha, Pedro Osmar, Celso Adolfo e Claudionor Germano. Olhei de um em um: o saite tem verbetes extensos sobre todos, com biografia, comentários e discografia (ou lista de obras, no caso dos compositores). Os verbetes não esgotam o assunto, mas se você quer ter uma idéia de quem são esses artistas, é um ótimo começo. Notei que nos casos de Silvério e de Pedro Osmar falta uma atualização discográfica com CDs mais recentes. Olhei o verbete a meu próprio respeito: tem várias incorreções de títulos ou de datas, mas no geral é um verbete útil e preciso.
Dicionários assim podem servir para tirar dúvidas de especialistas, mas servem principalmente para dar elementos ao ouvinte casual ou ao jornalista que precisa terminar um artigo. Se ele não sabe quem são Titane, Edvaldo Santana, Américo Jacomino, Cabruêra, o grupo Rumo, a banda Ave Sangria – não esquente, é só clicar. Claro que não tem tudo. Não achei verbetes sobre Carlos Pitta, Manuelzinho Silva, Júnior Barreto... Mas, se nem tudo no mundo é perfeito, então qualquer coisa pode ser aperfeiçoada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário