quinta-feira, 18 de junho de 2009

1097) A Estante Virtual (21.9.2006)



Nada se compara a um desses dias em que não tenho nada urgente para fazer e vou “rodar os sebos”, como dizem meus amigos colecionadores. Boto a mochila vazia às costas às duas da tarde, e retorno às sete da noite, com ela cheia. Mas a compra pela Internet também tem o seu encanto, e uma vantagem de ordem prática: os sebos do mundo inteiro à nossa disposição.

Estou exagerando um pouco, mas, para efeito de uma simples vida humana, saites como Estante Virtual e Abebooks podem suprir nossas carências sem apelar muito para a sorte. Estes saites não são propriamente sebos, são conglomerados de sebos. O princípio básico é simples. Qualquer sebo de porte mediano, hoje em dia, tem seu acervo todo informatizado (pelo menos título, autor, editor, formato e preço). O saite interliga todos estes bancos-de-dados num único sistema de buscas. Assim, quando a gente acessa o saite e digita o livro ou autor que está buscando, ele procura em todos os sebos ao mesmo tempo.

O “Estante Virtual” (http://www.estantevirtual.com.br/) reúne um total de 260 sebos em 74 cidades brasileiras, num total de quatro milhões de títulos disponíveis. Verifiquei, orgulhoso, que tanto o Cata-Livros de Ronaldo quanto o Sebo Cultural de Heriberto estão lá, marcando presença. Quando escolhemos os livros, é só ver quanto custa o frete da cidade de origem até a nossa, e combinar com o sebista a forma de pagamento (em geral é depósito bancário).

O “Abebooks” é o saite da American Book Exchange, e abrange algumas centenas ou milhares de sebos na Europa e nas Américas. Não sei calcular quantos. Faça um teste, companheiro: vá em: http://www.abebooks.com/servlet/SearchEntry?errorcode=1. E onde tem “Sort Results By”, peça para organizar a busca a partir de “Lowest Price”, ou seja, aparecerão primeiro as ofertas do livro com preços mais baratos. O frete dos EUA para o Brasil fica em torno de 9 ou 10 dólares, o que muitas vezes é um bom negócio, porque o preço do frete é compensado quando achamos por 5 ou 10 dólares um exemplar que, novo, custaria 25 ou 30. O pagamento é feito com cartão de crédito, que você fornece apenas uma vez, e fica arquivado no saite, para não ter que transmitir de novo cada vez que faz uma nova compra.

Graças a este sistema, já encontrei livros obscuros que ninguém conhece, livros estranhos que eu pensava que não existiam, livros raríssimos a preço de banana (porque ninguém os procura, e quem determina preço não é raridade, é demanda), livros que na loja da esquina custam cinqüenta reais e eu comprei pelo correio por trinta. No caso de livros estrangeiros, aproveito épocas (como agora) em que o dólar está barato, e vou montando minha estante de obras de referência e consulta permanente. Dou preferência aos sebos americanos (nos europeus o frete pode ser o dobro ou até o triplo). Procuro comprar sem euforia, examinando bem. Como quem compra ações. Como quem compra algo que vai ficar pro resto da vida.

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