(Arturito)
Parece título de romance de aventuras, não é mesmo? Pois não é, é uma notícia divulgada esta semana. Se eu tivesse um espaço maior aí em cima teria colocado um título melhor ainda: “Robô descobre o tesouro da ilha de Robinson Crusoe”. Uma companhia chilena vinha usando há tempos um robô submarino chamado “Arturito” para examinar o fundo do mar nos arredores da ilha chamada de “Robinson Crusoe”, a 660 km da costa chilena, e que tem este nome porque foi lá que naufragou em 1704 o marinheiro Alexander Selkirk, cuja história acabou inspirando a Daniel Defoe o romance Robinson Crusoe (1729), um dos livros mais conhecidos do mundo.
Ao que parece, ainda no século 19 um corsário espanhol enterrou perto da ilha um tesouro fabuloso, produto de anos de saques e pilhagens marítimas. O tesouro foi achado por outro marinheiro, o inglês Cornelius Webb, que acabou enterrando-o em outro ponto da mesma ilha. E desde então os indícios se perderam, e restava somente o relato destes fatos, dizendo que o tesouro consistia em 800 barris cheios de lingotes de ouro, moedas de ouro e prata, e jóias.
A empresa chilena Wagner Technologies desenvolveu “Arturito”, um robô construído para esse tipo de pesquisa submarina. O robô usa uma técnica chamada GPR, muito semelhante ao radar. Ele projeta na direção do solo um feixe de radiação eletromagnética, recebe o “eco” quando esse feixe se choca com objetos sólidos, e registra o tamanho, a massa, o formato, a profundidade, etc. E com isto vai detectando a presença de objetos anômalos, que não são propriamente o tipo de coisa (rochedos, etc.) que se espera encontrar naquele tipo de terreno. Existem várias sub-técnicas que podem ser aplicadas a este princípio básico, refinando o resultado da pesquisa.
A Wagner Technologies anunciou (talvez um tanto prematuramente) a descoberta, e diz que vai iniciar em breve as escavações. Como o tesouro (a julgar pelas descrições que constam dos documentos históricos) é avaliado hoje em dia em cerca de 10 bilhões de dólares (eu disse bilhões, com B de Bush), já começou uma briga para saber quem tem direito a ele. O governo do Chile já saiu na frente, invocando uma lei semelhante à que temos aqui no Brasil (pelo que me consta): o que está no subsolo pertence à União.
“Arturito” decerto não se parece com o robôzinho de Perdidos no Espaço. Não vi fotos, mas ele deve ser algo como um cofre-forte cheio de escotilhas, pendurado por uma corrente. Não importa. Meu coração adolescente de leitor de Julio Verne e Conan Doyle se comove com a idéia de que o ouro roubado no século 18 (com entrechoque de espadas, troar de canhões, carnificinas no convés) ficou quase 300 anos adormecido embaixo de 15 metros de rochas e plancto marítimo, aparentemente perdido para sempre, mas a ciência descobriu um jeito de encontrá-lo. Que outros briguem pelos dez bilhões. O contato imediato entre “Arturito” e o ouro dos piratas vale muito mais do que isto.
Parece título de romance de aventuras, não é mesmo? Pois não é, é uma notícia divulgada esta semana. Se eu tivesse um espaço maior aí em cima teria colocado um título melhor ainda: “Robô descobre o tesouro da ilha de Robinson Crusoe”. Uma companhia chilena vinha usando há tempos um robô submarino chamado “Arturito” para examinar o fundo do mar nos arredores da ilha chamada de “Robinson Crusoe”, a 660 km da costa chilena, e que tem este nome porque foi lá que naufragou em 1704 o marinheiro Alexander Selkirk, cuja história acabou inspirando a Daniel Defoe o romance Robinson Crusoe (1729), um dos livros mais conhecidos do mundo.
Ao que parece, ainda no século 19 um corsário espanhol enterrou perto da ilha um tesouro fabuloso, produto de anos de saques e pilhagens marítimas. O tesouro foi achado por outro marinheiro, o inglês Cornelius Webb, que acabou enterrando-o em outro ponto da mesma ilha. E desde então os indícios se perderam, e restava somente o relato destes fatos, dizendo que o tesouro consistia em 800 barris cheios de lingotes de ouro, moedas de ouro e prata, e jóias.
A empresa chilena Wagner Technologies desenvolveu “Arturito”, um robô construído para esse tipo de pesquisa submarina. O robô usa uma técnica chamada GPR, muito semelhante ao radar. Ele projeta na direção do solo um feixe de radiação eletromagnética, recebe o “eco” quando esse feixe se choca com objetos sólidos, e registra o tamanho, a massa, o formato, a profundidade, etc. E com isto vai detectando a presença de objetos anômalos, que não são propriamente o tipo de coisa (rochedos, etc.) que se espera encontrar naquele tipo de terreno. Existem várias sub-técnicas que podem ser aplicadas a este princípio básico, refinando o resultado da pesquisa.
A Wagner Technologies anunciou (talvez um tanto prematuramente) a descoberta, e diz que vai iniciar em breve as escavações. Como o tesouro (a julgar pelas descrições que constam dos documentos históricos) é avaliado hoje em dia em cerca de 10 bilhões de dólares (eu disse bilhões, com B de Bush), já começou uma briga para saber quem tem direito a ele. O governo do Chile já saiu na frente, invocando uma lei semelhante à que temos aqui no Brasil (pelo que me consta): o que está no subsolo pertence à União.
“Arturito” decerto não se parece com o robôzinho de Perdidos no Espaço. Não vi fotos, mas ele deve ser algo como um cofre-forte cheio de escotilhas, pendurado por uma corrente. Não importa. Meu coração adolescente de leitor de Julio Verne e Conan Doyle se comove com a idéia de que o ouro roubado no século 18 (com entrechoque de espadas, troar de canhões, carnificinas no convés) ficou quase 300 anos adormecido embaixo de 15 metros de rochas e plancto marítimo, aparentemente perdido para sempre, mas a ciência descobriu um jeito de encontrá-lo. Que outros briguem pelos dez bilhões. O contato imediato entre “Arturito” e o ouro dos piratas vale muito mais do que isto.
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