Fiquei acordado até as 5 da manhã (o que para mim, admito,
não custa muito esforço) até assistir o discurso da vitória de Barack Obama na
eleição dos EUA. E fiquei lembrando de
quando fiz a mesma coisa, em 2008. Quatro anos atrás. Era outro mundo. Mudou o
mundo, mudei eu, mudou o Natal, mudou Machado de Assis, mudou o rio de Heráclito,
mudou Barack Obama, que havia prometido aos norte-americanos “esperança e
mudança”. A mudança que houve talvez não tenha sido a desejada, mas as urnas
mostraram que a esperança continua. Foi uma escolha entre a insatisfação e a
catástrofe. Romney é o representante de uma geração que não liga para o risco
de destruir o mundo, contanto que eles continuem bilionários (talvez a última
geração de bilionários a existir no planeta).
O destino do mundo depende em grande parte dos EUA e das
suas decisões internas, principalmente sobre economia e sobre a questão
ambiental. Se Obama não está correspondendo, Romney seria muito pior. Nem falo
de outras questões, também importantes para qualquer país: migração, direitos
civis, projetos de saúde, desemprego, drogas, violência, aborto, recessão econômica...
O mundo tem dois problemas de vida-ou-morte hoje em dia. O primeiro: nas próximas décadas, pode haver
uma crise econômica capaz de zerar a fantasia financeira em que vivemos todos
nós. O segundo: pode haver alguma catástrofe ambiental gigantesca, específica,
dentro da destruição geral que já está em marcha. Estas duas questões são as
mais importantes para o mundo. Obama não nos garante a salvação, mas o partido
de Romney iria trabalhar (cegamente, egoisticamente) para piorar ainda mais as
coisas.
3 comentários:
Falou tudo Bráulio, parabéns!
Típico de um esquerdista. Demoniza os adversários. Divide o mundo entre "os que pensam pelos pobres" contra "os ricos malvados". Se eu fosse um adolescente, cairia nesse discurso. Como aprendi a ver o mundo de outra maneira, vejo quanto a democracia nunca valeu nada para a esquerda. Democracia tem como exclusividade a liberdade. E a exclusividade da liberdade é de dizer não.
um 'direitista' não demoniza o adversario?
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