sábado, 31 de outubro de 2009

1337) Let’s hablar Europanto! (26.6.2007)



No websaite “Metafilter”, um dos meus bancos-de-idéias preferidos, encontrei pouco tempo atrás um comunicado nestes termos: “Que would happen if, wenn Du open your Metafilter, finde eine message in esta lingua? No est Englando, no est Germano, no est Espano, no est keine known lingua - aber Du understande! Wat happen zo! Habe your computero eine virus catched? Habe Du sudden BSE gedeveloped? No, Du esse lezendo la neue europese lingua: de Europanto!”

That’s right! Es mucho posible understand qualquiera cosa che se parle de mode organized, empleando palavras avec un sonido vaguely familiar. Mas, como isto é uma idéia dos europeus, deixemo-los às voltas com seu babelismo bem intencionado e restrinjamo-nos ao nosso belo idioma, capaz de verbos barrocos como o que acabei de exemplificar, e que europeu algum entenderia.

Tenho uma certa impaciência com as pessoas que querem entender tudo e que, ao ler um livro, empacam diante da primeira palavra cujo sentido não compreendem. Se não houver um dicionário à mão, interrompem a leitura ali mesmo. Eu acho que gente que faz isto é porque não gosta de ler. Quem gosta, passa por cima de palavras desconhecidas, de frases incompreensíveis, parágrafos obscuros, páginas tediosas. Quem gosta de ler passa por dentro do texto sem parar para checar “o cunho vernáculo de um vocábulo”.

De vez em quando me chega pela Internet uma mensagem curiosa. Diz ela que podemos ler sem porblema farses intieras com palarvas onde as letars estão mistruadas no miolo, mas mantendo a letra inicial e a última. Por quê? Porque nossos olhos reconhecem “o desenho” da palavra, o seu formato geral, e passam por cima do resto. Acho que existe um processo semelhante em nosso contato com uma língua informal como o Europanto. Temos uma certa familiaridade com palavras inglesas. As palavras francesas, espanholas e italianas compartilham conosco uma base latina comum, com milhares de radicais semelhantes. Tudo isto nos permite – se não somos do tipo cri-cri que empaca diante da primeira dificuldade – passar “a vôo de pássaro” por um texto escrito desta forma, como nos parágrafos iniciais deste artigo.

O Europanto não é uma língua, é uma experiência informal facilitada pela Internet (para mais informações, em http://www.neuropeans.com/topic/europanto/what/more.php há um artigo extenso e explicativo). Tem uma possibilidade razoável de “pegar” junto aos mais jovens, mais ágeis, mais informais, mais superficiais, ou seja, para essas pessoas que rapidamente aprendem a usar um celular novo. Por quê? Porque são jovens, têm curiosidade, não têm medo de errar, erram pra caramba e não esquentam a cabeça. Gente com o juízo já cristalizado fica impaciente quando erra, procede pé ante pé quando está diante de uma experiência nova. Os jovens, para quem tudo é novo, erram o tempo todo, mas vão em frente, de celular em punho, conversando em Europanto. E se entendem.

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