De vez em quando, principalmente no ramo da ficção
científica, diz-se que um livro é profético, que adivinhou o futuro. Julio
Verne teria adivinhado a invenção do submarino e do cinema (este em O Castelo
dos Cárpatos), Isaac Asimov teria profetizado a invenção de automóveis que se
guiam sozinhos (e conversam com o motorista), Fulano ou Sicrano teriam
antevisto a Internet. (Meu candidato preferido para esta última façanha, é Mark
Twain, em 1898; ver aqui: http://tinyurl.com/o43bsdb).
Na verdade não é tão simples assim. Verne e Asimov acompanhavam de perto a
pesquisa científica e tecnológica dos seus respectivos tempos. Há coisas que
sabemos serem possíveis, mas não temos ainda a tecnologia (ou o dinheiro) para
fabricá-las. Um escritor pode escrever uma história e pressupor que a
tecnologia e o dinheiro já existem.
O mesmo se dá com fatos políticos e históricos. Em 1941,
Gil Fox criou uma história em quadrinhos (com desenhos de Lou Fine) para a
revista National Comics, descrevendo um ataque a Pearl Harbor, exatamente um
mês antes dele acontecer (veja aqui: http://tinyurl.com/pvlcao3).
Essa base era a sede da frota naval norte-americana no Pacífico, e seria um
alvo natural para qualquer inimigo. Na HQ de Fox, são os alemães que
bombardeiam Pearl Harbor, como uma manobra de distração para desviar as
atenções de sua verdadeira invasão que ocorre logo depois na Costa Leste. O que
faz a HQ de Fox & Fine ser lembrada até hoje é apenas o fato de ter saído
apenas um mês antes do ataque japonês, em 7 de dezembro de 1941.
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