Os soldados norte-americanos que lutaram no Vietnam criaram todo um folclore próprio em torno de drogas, de música, de episódios de combate, etc. O saite Juxtapoz (http://bit.ly/1gfD0Ug) faz uma interessante exposição dos isqueiros usados por eles durante a guerra, isqueiros onde eles tinham o hábito de gravar seus nomes e postos, além de imagem, frases, etc. Hoje esses isqueiros (cujos donos morreram ou voltaram para casa, e cujos objetos pessoais se dispersaram) são procurados por colecionadores de “memorabilia”; arranhados, manchados, amassados, são resíduos humanos de uma situação absurda à qual eles tentavam se adaptar da melhor maneira possível, cada um de acordo com seu temperamento.
Um
deles grava em seu isqueiro: “A sucking chest wound is nature’s way of telling
you you’ve been ambushed” (“Uma ferida aberta no seu peito é o modo da natureza
avisar que você foi emboscado”). Outro
isqueiro diz, numa provocação aos vietnamitas: “Let me win your heart and mind
or I’ll burn your god damn hut down” (“Me deixe conquistar seu coração e sua
mente, senão eu toco fogo na sua maldita choupana”). Todo soldado em combate precisa dizer a si
mesmo o tempo todo que é durão e que não está com medo, mas poucos serão tão
assertivos quanto o que gravou no isqueiro: “Yea though I walk through the
valley of the shadow of death I fear no evil for I’m the evilest son of a bitch
in the valley”; parodiando o famoso Salmo 23, ele diz: “Embora eu caminhe pelo
vale da sombra da morte eu não temerei o mal, porque sou eu o filho-da-puta
mais mau que tem no vale.”
Não
só as bravatas dos guerreiros, existe também um certo menosprezo pelos
pacíficos: “We the unwilling, trained by the unskilled, to do the impossible
for the ungrateful ten minutes too late” (“Nós somos os relutantes, treinados
pelos despreparados, para fazer o impossível em favor dos ingratos, com um
atraso de dez minutos”). Outro afirma: “You have never lived till you’ve almost
died for those who fight for it life has a flavor the protected will never
know” (“Você nunca viveu se nunca chegou quase a morrer por aqueles que lutam;
para eles a vida tem um sabor que os que protegemos nunca conhecerão”).
Um comentário:
notas de guerra. que coisa.
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