("ArtBots" - Fernando Orellana - "Drawing Machine 3, 14159")
Para muita gente foi uma decepção o Grande Desafio de veículos robôs, realizado há poucos dias no deserto de Mojave (EUA), sob o patrocínio da DARPA (Agência de Pesquisa em Projetos Avançados de Defesa). Tratava-se de um percurso de 241 km a ser cumprido através do deserto por veículos totalmente autônomos, ou seja, depois de dada a partida o veículo teria que se virar sozinho, subindo ladeiras, contornando obstáculos, etc.
Apareceram 106 interessados, que foram submetidos a um filtro prévio, até restarem apenas quinze equipes consideradas aptas a concorrer. Munidos com localizadores GPS (via satélite), os veículos teriam que cumprir um percurso ao longo de 2000 pontos possíveis de localizar automaticamente. O resultado, no entanto, ficou muito aquém do esperado. Nenhum dos veículos cumpriu mais do que 5% do trajeto, e o prêmio de um milhão de dólares não teve ganhador. Veículos capotaram, outros caíram em barrancos. Parece distante o objetivo dos americanos, de que um terço de todos os seus veículos militares sejam totalmente autônomos por volta de 2015.
Por outro lado, parece que na área esportiva estamos indo melhor. A ROBOlympics, olimpíada para robôs realizada em 20-21 de março em San Francisco (Califórnia) reuniu 414 robôs de 11 países em 34 diferentes eventos esportivos, que incluíram desde futebol até luta de sumô, combate ao fogo, solução de quebra-cabeças, travessia de labirintos, e outros desafios que os técnicos consideram ao alcance dos robôs de que dispomos atualmente. As “robolimpíadas” não têm ligação com o Comitê Olímpico Internacional: são um evento organizado pelos técnicos e pelas empresas envolvidas. Quem quiser mais detalhes, é só ir para: http://www.robolympics.net/index.shtml.
Sei que esta coluna é lida por muita gente de formação não-científica, não-técnica. Que tal, então, considerarmos a ArtBots, uma exposição internacional de arte robótica? Aconteceu pela primeira vez em 2002, em New York, e este ano deverá ter sua terceira edição. A exposição exibe qualquer obra de arte que envolva robôs, num critério bastante amplo. Dizem os organizadores: “Inscreva seu trabalho, se você acha que é um robô, e se acha que é arte.” Ou seja: são aceitas obras produzidas por robôs, ou obras que contenham algum tipo de mecanismo robótico: objetos, instalações, esculturas... Regulamento e detalhes podem ser obtidos em: http://artbots.org/ -- e cada obra inscrita recebe 500 dólares de participação! (Infelizmente, todas as despesas correm por conta do participante)
Parece bobagem, mas vendo isso eu me sinto como Isaac Newton, apanhando conchinhas na beira do oceano da sabedoria. De repente, lá vem um peixe se arrastando para a areia, com nadadeiras que já começam a se parecer com pernas... Para uns é grotesco, para mim é fascinante e assustador. Oxente, pessoal, é como qualquer começo de um mundo novo. No começo a gente estranha; depois, fica se perguntando como conseguiu viver sem aquilo.
Para muita gente foi uma decepção o Grande Desafio de veículos robôs, realizado há poucos dias no deserto de Mojave (EUA), sob o patrocínio da DARPA (Agência de Pesquisa em Projetos Avançados de Defesa). Tratava-se de um percurso de 241 km a ser cumprido através do deserto por veículos totalmente autônomos, ou seja, depois de dada a partida o veículo teria que se virar sozinho, subindo ladeiras, contornando obstáculos, etc.
Apareceram 106 interessados, que foram submetidos a um filtro prévio, até restarem apenas quinze equipes consideradas aptas a concorrer. Munidos com localizadores GPS (via satélite), os veículos teriam que cumprir um percurso ao longo de 2000 pontos possíveis de localizar automaticamente. O resultado, no entanto, ficou muito aquém do esperado. Nenhum dos veículos cumpriu mais do que 5% do trajeto, e o prêmio de um milhão de dólares não teve ganhador. Veículos capotaram, outros caíram em barrancos. Parece distante o objetivo dos americanos, de que um terço de todos os seus veículos militares sejam totalmente autônomos por volta de 2015.
Por outro lado, parece que na área esportiva estamos indo melhor. A ROBOlympics, olimpíada para robôs realizada em 20-21 de março em San Francisco (Califórnia) reuniu 414 robôs de 11 países em 34 diferentes eventos esportivos, que incluíram desde futebol até luta de sumô, combate ao fogo, solução de quebra-cabeças, travessia de labirintos, e outros desafios que os técnicos consideram ao alcance dos robôs de que dispomos atualmente. As “robolimpíadas” não têm ligação com o Comitê Olímpico Internacional: são um evento organizado pelos técnicos e pelas empresas envolvidas. Quem quiser mais detalhes, é só ir para: http://www.robolympics.net/index.shtml.
Sei que esta coluna é lida por muita gente de formação não-científica, não-técnica. Que tal, então, considerarmos a ArtBots, uma exposição internacional de arte robótica? Aconteceu pela primeira vez em 2002, em New York, e este ano deverá ter sua terceira edição. A exposição exibe qualquer obra de arte que envolva robôs, num critério bastante amplo. Dizem os organizadores: “Inscreva seu trabalho, se você acha que é um robô, e se acha que é arte.” Ou seja: são aceitas obras produzidas por robôs, ou obras que contenham algum tipo de mecanismo robótico: objetos, instalações, esculturas... Regulamento e detalhes podem ser obtidos em: http://artbots.org/ -- e cada obra inscrita recebe 500 dólares de participação! (Infelizmente, todas as despesas correm por conta do participante)
Parece bobagem, mas vendo isso eu me sinto como Isaac Newton, apanhando conchinhas na beira do oceano da sabedoria. De repente, lá vem um peixe se arrastando para a areia, com nadadeiras que já começam a se parecer com pernas... Para uns é grotesco, para mim é fascinante e assustador. Oxente, pessoal, é como qualquer começo de um mundo novo. No começo a gente estranha; depois, fica se perguntando como conseguiu viver sem aquilo.
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