Cap. 1 – De como Mauricinho Caô nasceu de 7 meses em berço de ouro, e foi criado como príncipe-de-gales até os 7 anos, na mansão de seu pai, dono de uma indústria de semáforos, em Vila Mariana.
Cap. 2 – De como as incompetências governamentais e a condição de
capitalismo periférico em um país subdesenvolvido (segundo o pai dele)
conduziram a família à ruína, ao desespero, e a uma casa de um só andar e
apenas quatro quartos em Vila Madalena.
Cap. 3 – De como a “nova vida, mais realista” (segundo a mãe dele) teve
influência direta no cardápio, no mobiliário e no figurino de todos da família,
menos no de Mauricinho, que, sendo o caçula, continuou sendo tratado a
pão-de-ló pelos pais e pelas três irmãs mais velhas e eternamente solteiras.
Cap.
4 – De como o destino dele foi determinado quando conheceu seu primeiro motel
aos 22 anos, ao lado da filha de um deputado, que tinha 38 e era mais fatal do
que um Smith & Wesson.
Cap. 5 – De como Mauricinho esteve à altura desse
combate e nos anos seguintes não fez outra coisa senão voltar a travá-lo, com
socialites de variada estirpe, até virar assessor em Brasília com belo salário,
verba de representação e ajuda-de-custo/moradia.
Cap. 6 – De como alguém teve a infeliz idéia
de conseguir para Mauricinho uma vaga de assessor diplomático de embaixada,
logo onde, no Afeganistão.
Cap.
7 – Dos primeiros doze meses que Mauricinho passou naquele inferno de sol,
poeira e novas experiências olfativas.
Cap. 8 – De como Mauricinho foi raptado sem querer por extremistas talibãs
, que nada queriam com ele, queriam apenas a van em cujo portamalas ele se
escondeu ao começar o tiroteio durante a
travessia do deserto de Kalamashiri.
Cap. 9 – De como, descoberto, Mauricinho pediu pelo amor de Alá que não
o matassem, e jurou fé no Alcorão com tamanho fervor que os hirsutos e
maltrapilhos guerrilheiros se entreolharam, se comoveram, e o cobriram de
beijos de solidariedade islâmica.
Cap.
10 – De como a chegada de Mauricinho coincidiu com uma complicada conjunção
lunar e sideral que prometia algo como um messias (segundo algumas versões) ou
farta colheita de papoulas (segundo outras).
Cap. 11 – De como Mauricinho deixou a barba crescer, visitou Meca,
aprendeu a usar armamento pesado, impressionou os talibãs com seu conhecimento
de Geografia, reuniu um exército de dez mil homens e invadiu o Paquistão, onde
foi fragorosamente derrotado, conduzido a Guantánamo, interrogado, e, sabe Deus
como, perdoado no ato, condecorado pelo presidente Obama, e retornou ao Brasil
como representante de uma firma de escuta eletrônica sediada, logo onde, em
Vila Mariana.
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