Este
catálogo-livro foi editado pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (2013)
para acompanhar a exposição homônima de folhetos de cordel, que esteve em
cartaz de março de 2011 a maio de 2012, no Museu de Arte Popular (MAP) do
Recife. A exposição foi dividida em
duas partes: “Cordéis Portugueses” (da Coleção de Arnaldo Saraiva) e “Cordéis
Brasileiros” (da coleção de Maria Alice Amorim), com curadoria dos dois
pesquisadores para a primeira parte, e de Alice Amorim para a segunda. Cabe aos
dois, também, a redação dos textos do volume, que examinam e comentam o
material exposto.
O livro, com 236
páginas, é um pequeno primor de projeto gráfico, com reproduções de mais de 240
capas, folhas de rosto ou páginas avulsas de cordéis, incluindo também algumas
das chamadas “folhas volantes” com poemas impressos de um só lado, usadas tanto
lá quanto cá. A reprodução de capas de cordéis, quando é muito boa (como neste
caso) revela com clareza as cores exatas das tintas, sua tendência ou não a
borrar, a textura do papel, sua aspereza ou lisura, sua tendência a escurecer e
se esfarelar nas bordas. As publicações
portuguesas aqui reproduzidas mostram com perfeição, em obras dos anos 1600 ou
1700, as manchas e ondulações do original, a finura das capas deixando
transparecer o que há impresso pelo lado de dentro, o desalinhamento eventual
dos tipos. Tudo isso conta; tudo isso
revela o trabalho e as condições de trabalho de quem os produzia. O aspecto editorial dos folhetos é tão rico
e fascinante quanto o seu aspecto propriamente literário.
Um comentário:
Bráulio, será que consigo um exemplar do Teia de Cordéis? tenho em casa uns cordéis dos anos 30 do século passado (que meu avô guardava)...
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