(Robert Wise dirigindo West Side Story)
Para os públicos do mundo inteiro, Robert Wise, morto recentemente aos 91 anos, é o diretor de A Noviça Rebelde e de Amor Sublime Amor (West Side Story), dois dos mais bem sucedidos musicais do cinema americano. Para os fãs de ficção científica, ele é o cara que dirigiu alguns filmes interessantes (como O enigma de Andrômeda e o primeiro filme da série Star Trek) e um dos clássicos do gênero: O dia em que a Terra parou. Feito em 1951, é talvez o filme que inaugurou a moda de alienígenas desembarcando na Terra e indo direto a Washington. Abre-se a porta do disco-voador, e saem um homem e um robô que dão um ultimato à Terra, ameaçando-a pelo uso de armas atômicas. Como prova de que podem subjugar a Terra facilmente, o extraterrestre faz com que todas as máquinas da Terra parem numa hora prevista, mas depois de várias peripécias acaba sendo morto a tiros.
A grande reviravolta do filme (e da história que o inspirou, “Farewell to the Master”, de Harry Bates) é que no final ficamos sabendo que o verdadeiro líder da missão não é o humano, mas o robô. O humano está ali como uma espécie de intérprete e de assistente: a civilização que enviou a nave é uma civilização de robôs. Peter Nicholls e John Brosnan, na Encyclopedia of Science Fiction, vêem a mensagem final do filme com restrições: “Submissão às regras impostas por robôs implacáveis e indiferentes é uma proposta autoritária demais para um filme que pretende ser liberal”.
Robert Wise era também uma espécie de robô (com todo respeito). Um técnico cinematográfico, meio sem idéias próprias, sem uma visão-do-mundo pessoal. A julgar pela variedade de gêneros que abordou, era o ato de dirigir cinema que o empolgava e mobilizava. Ele cultivou o musical, a FC, o western (Honra a um homem mau), o filme de terror (The Haunting, A Maldição do Sangue de Pantera, As duas vidas de Audrey Rose), o filme de boxe (Punhos de campeão, Marcados pela sarjeta). Foi aquilo que os críticos de cinema chamam de “um artesão competente”: um sujeito que tem uma compreensão intuitiva dos efeitos que é preciso produzir na tela para que o público se envolva adequadamente com a história que será contada.
David Thomson (A Biographical Dictionary of Film) vê nessa versatilidade a fraqueza de Wise: “Uma busca inquieta e cansativa, que nunca consegue despertar nosso interesse, por diferentes áreas: a guerra, o épico, o musical, a FC, o horror, o crime, o western”. Wise foi um típico diretor do cinema americano, um robô inteligente e competentíssimo que não tinha muito a dizer e se entregava a cada filme como se os anteriores não existissem. Não se trata da mera variação entre gêneros (que também ocorre com Hawks, Kubrick, Siegel, e tantos outros). É a variação de visão-do-mundo, como se a própria mente de Wise fosse uma mente robótica, um disco-rígido zerado no início de cada novo projeto. Adeus aos mestres!
A grande reviravolta do filme (e da história que o inspirou, “Farewell to the Master”, de Harry Bates) é que no final ficamos sabendo que o verdadeiro líder da missão não é o humano, mas o robô. O humano está ali como uma espécie de intérprete e de assistente: a civilização que enviou a nave é uma civilização de robôs. Peter Nicholls e John Brosnan, na Encyclopedia of Science Fiction, vêem a mensagem final do filme com restrições: “Submissão às regras impostas por robôs implacáveis e indiferentes é uma proposta autoritária demais para um filme que pretende ser liberal”.
Robert Wise era também uma espécie de robô (com todo respeito). Um técnico cinematográfico, meio sem idéias próprias, sem uma visão-do-mundo pessoal. A julgar pela variedade de gêneros que abordou, era o ato de dirigir cinema que o empolgava e mobilizava. Ele cultivou o musical, a FC, o western (Honra a um homem mau), o filme de terror (The Haunting, A Maldição do Sangue de Pantera, As duas vidas de Audrey Rose), o filme de boxe (Punhos de campeão, Marcados pela sarjeta). Foi aquilo que os críticos de cinema chamam de “um artesão competente”: um sujeito que tem uma compreensão intuitiva dos efeitos que é preciso produzir na tela para que o público se envolva adequadamente com a história que será contada.
David Thomson (A Biographical Dictionary of Film) vê nessa versatilidade a fraqueza de Wise: “Uma busca inquieta e cansativa, que nunca consegue despertar nosso interesse, por diferentes áreas: a guerra, o épico, o musical, a FC, o horror, o crime, o western”. Wise foi um típico diretor do cinema americano, um robô inteligente e competentíssimo que não tinha muito a dizer e se entregava a cada filme como se os anteriores não existissem. Não se trata da mera variação entre gêneros (que também ocorre com Hawks, Kubrick, Siegel, e tantos outros). É a variação de visão-do-mundo, como se a própria mente de Wise fosse uma mente robótica, um disco-rígido zerado no início de cada novo projeto. Adeus aos mestres!
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