Fiquei sabendo que alguns movimentos reformistas têm agitado a Paraíba ultimamente. Um deles, que já dura há algum tempo, e do qual participam amigos meus, é o que pretende mudar o nome da capital do Estado. A rapaziada não gosta de “João Pessoa”, por uma série de razões, e preferiria um nome mais poético, como “Cidade do Cabo Branco”, “Filipéia de Nossa Senhora das Neves” ou o tradicional “Parahyba”.
Homenagens personalizadas são inevitáveis, e João Pessoa, José Américo, João Dantas, João Suassuna e tantos outros são vultos importantes, que fazem parte da nossa história. Reconheço, no entanto, que os nomes com ressonância poética têm um atrativo a mais. Eu não tenho nada, por exemplo, contra o nome “Campina Grande” – mas também acho que “Vila Nova da Rainha” é um nome muito mais bonito, até porque faz referências simbólicas à Cantoria de Viola e à cachaça, duas coisas que embelezam a vida, se apreciadas com moderação e bom gosto. Mas nem por isso irei me abalar da minha poltrona para liderar uma cavalgada reivindicando que o nome atual seja trocado pelo antigo.
Mesmo jovem eu sou um cara meio conservador, tradicionalista. Não gosto que mexam nas coisas só porque elas são antigas. Em 1978 uma diretoria do Treze achou por bem trocar o nome de Treze Futebol Clube para “Treze Atlético Paraibano”. Nessa época o melhor time do Brasil era o do Atlético Mineiro, o Galo alvinegro de Belo Horizonte, que só não foi campeão brasileiro com justiça porque perdeu nos pênaltis para um truculento time do São Paulo. O Brasil inteiro torceu pelo Atlético, mas parece que ninguém torceu mais do que esses trezeanos que resolveram homenagear o Galo de lá mudando o nome do Galo de cá. Graças a Deus apareceu alguém que reverteu esse sacrilégio.
O Botafogo de João Pessoa não teve a mesma sorte. Na década de 1970 desembarcou em Tambaú um industrial paulistano, torcedor do São Paulo, que tornou-se presidente do Botafogo (e deu-lhe uma bela duma equipe, e vários títulos) com a condição de que as cores passassem a ser as mesmas do time do Morumbi. Palavras não foram ditas e o pavilhão alvinegro transformou-se em pavilhão tricolor, mudança que, ao que me consta, permanece até hoje, e que gerou inúmeras gozações em Campina, onde o Bota passou a ser chamado “o Camaleão do Contorno”.
E agora (me dizem) tem outro movimento: para que Campina Grande vire a capital do Estado! É movimento demais, e eu tive uma brilhante idéia. Já que Campina quer ser capital, e João Pessoa quer mudar de nome, fazemos o seguinte. Passamos a capital para Campina, mas esta passa a se chamar “João Pessoa”. E mudamos o nome de João Pessoa – para “Campina Grande”! Dois coelhos com uma cacetada só! Seria até uma maneira de promover a integração entre os conterrâneos, acabar com as rivalidades bobas, lembrar que somos mais parecidos uns com os outros do que os seres humanos com os chimpanzés. É ou não é uma solução salomônica?
Homenagens personalizadas são inevitáveis, e João Pessoa, José Américo, João Dantas, João Suassuna e tantos outros são vultos importantes, que fazem parte da nossa história. Reconheço, no entanto, que os nomes com ressonância poética têm um atrativo a mais. Eu não tenho nada, por exemplo, contra o nome “Campina Grande” – mas também acho que “Vila Nova da Rainha” é um nome muito mais bonito, até porque faz referências simbólicas à Cantoria de Viola e à cachaça, duas coisas que embelezam a vida, se apreciadas com moderação e bom gosto. Mas nem por isso irei me abalar da minha poltrona para liderar uma cavalgada reivindicando que o nome atual seja trocado pelo antigo.
Mesmo jovem eu sou um cara meio conservador, tradicionalista. Não gosto que mexam nas coisas só porque elas são antigas. Em 1978 uma diretoria do Treze achou por bem trocar o nome de Treze Futebol Clube para “Treze Atlético Paraibano”. Nessa época o melhor time do Brasil era o do Atlético Mineiro, o Galo alvinegro de Belo Horizonte, que só não foi campeão brasileiro com justiça porque perdeu nos pênaltis para um truculento time do São Paulo. O Brasil inteiro torceu pelo Atlético, mas parece que ninguém torceu mais do que esses trezeanos que resolveram homenagear o Galo de lá mudando o nome do Galo de cá. Graças a Deus apareceu alguém que reverteu esse sacrilégio.
O Botafogo de João Pessoa não teve a mesma sorte. Na década de 1970 desembarcou em Tambaú um industrial paulistano, torcedor do São Paulo, que tornou-se presidente do Botafogo (e deu-lhe uma bela duma equipe, e vários títulos) com a condição de que as cores passassem a ser as mesmas do time do Morumbi. Palavras não foram ditas e o pavilhão alvinegro transformou-se em pavilhão tricolor, mudança que, ao que me consta, permanece até hoje, e que gerou inúmeras gozações em Campina, onde o Bota passou a ser chamado “o Camaleão do Contorno”.
E agora (me dizem) tem outro movimento: para que Campina Grande vire a capital do Estado! É movimento demais, e eu tive uma brilhante idéia. Já que Campina quer ser capital, e João Pessoa quer mudar de nome, fazemos o seguinte. Passamos a capital para Campina, mas esta passa a se chamar “João Pessoa”. E mudamos o nome de João Pessoa – para “Campina Grande”! Dois coelhos com uma cacetada só! Seria até uma maneira de promover a integração entre os conterrâneos, acabar com as rivalidades bobas, lembrar que somos mais parecidos uns com os outros do que os seres humanos com os chimpanzés. É ou não é uma solução salomônica?
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