Estou coordenando, para a Escola de Cinema Darcy Ribeiro (Rio de Janeiro) uma Mostra do Cinema Fantástico, com filmes nos sábados às 14:00h, entrada franca. A escola fica na esquina da Rua 1º. de Março com Rua da Alfândega, pertinho do CCBB. (Após a sessão, neste sábado, haverá debate com o prof. Sérgio Almeida.)
Hoje, sábado 6 de junho, será exibido Sangue de Pantera (1942) de Jacques Tourneur. Este é talvez o mais famoso do ciclo de filmes de terror que o produtor Val Lewton (1904-1951) ajudou a criar na década de 1940, um projeto pessoal dele dentro da produtora RKO. Supervisionando o trabalho de diretores como Jacques Tourneur, Mark Robson, Robert Wise e outros, Lewton definia o estilo geral dos filmes, reescrevia o roteiro, escolhia o elenco. Seu nome é muito citado quando se discute o papel criativo de um produtor, principalmente em filmes B, de baixo orçamento, e até que ponto um produtor que é também um criador (Lewton era romancista, e publicou contos em revistas de pulp fiction da época) pode contribuir para a qualidade de um filme.
Sangue de Pantera recupera um tema antigo do cinema de
terror, o de pessoas híbridas de felino, mito cuja versão mais popular é a do lobisomem.
O filme conta a história de Irena (Simone Simon), uma mulher de origem sérvia
que acredita na lenda do “povo pantera”, que quando sexualmente excitados
transformam-se em feras. Isto a leva a resistir a todas as tentativas do
incauto norte-americano (Kent Smith) que se apaixona por ela.
Foi o primeiro filme produzido por Lewton em seu projeto
de filmes de terror, e o seu enorme sucesso (foi a maior bilheteria da RKO
naquele ano) deu ao produtor a carta branca necessária para impor seu estilo
sem interferências dos executivos. Lewton produziu entre 1942 e 1946 nove
filmes de consistente qualidade em roteiro, fotografia, montagem e
interpretação. Sangue de Pantera foi refilmado anos depois por Paul Schrader
como A Marca da Pantera, com Nastassia Kinski.
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