Mulligan é um motorista de ônibus, perdidamente apaixonado por sua amante, Norma, que faz dele gato e sapato e o endoidece a ponto de crime. Mulligan foge da cidade e se refugia na casa de seu tio-avô em Minesotta, num pé de montanha coberto de neve onde só se fala em indústria madeireira, televisão e folclore. Vai trabalhar no posto de gasolina do casal Stanley e Wilza Carvalhal, um casal anglo-português que há muitos anos se estabelecera ali. Mulligan vira testemunha das brigas constantes do casal. Começa a namorar com Sula, uma portorriquenha que foi o mais próximo que ele encontrou de um ser humano por ali. No dia em que o velho Stanley tem um enfarte no meio de um caso mais áspero de discutir-a-relação, a mulher se apavora, pega o carro e sai sem rumo. Mulligan abre a registradora, embolsa tudo, o equivalente a três meses de salário, e foge tranquilo, visto que a morte do velho foi natural.
Bares de Saint Louis, numa certa época, depois de uma certa
hora da noite... Bares são bons lugares para que aconteçam coincidências. “Não
é possível, você! o que você está fazendo aqui?” – achamos isso difícil quando
na verdade é quase obrigatório. Até as pedras se encontram. Quem frequenta bar
sabe onde encontrar quem bar frequenta. Mulligan, oito anos mais velho e
algumas classes sociais mais acima, encontra com Wilza. Que aliás era de origem
uma loura-platinada brasileira, que o velho Stanley conhecera num cassino
vegetariano no Estoril. Ele está numa convenção, ela veio entrevistar um
possível cliente. Os dois decidem tomar um uísque para lembrar os velhos tempos
e comomorar os novos, visto que ambos se sentem agradavelmente surpresos com o
tom geral de juventude alegre e sadia, e com problema de classe social
resolvido, que fantasiam ver um no outro.
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