("Narciso", Salvador Dali)
Certos detalhes pouco comuns em biografias me deixam inquieto. Durante muitos anos eu soube que o pintor Salvador Dali teve um irmão, também chamado Salvador, que nasceu antes dele e morreu logo em seguida. Seus pais ficaram muito abatidos, e quando tiveram o filho seguinte repetiram o nome, chamaram-no de “Salvador”, e o garoto cresceu com esta história. O que sente um cara nessa situação? Posso apenas especular. Ele pode crescer com a impressão de que nasceu, morreu e nasceu de novo; de que é uma reencarnação do primeiro filho, de que é uma única pessoa, que sofreu um acidente de percurso mas acabou prevalecendo. Pode também achar que é um mero substituto para alguém que era a “primeira opção” de seus pais, e passar a infância achando-se uma pessoa sem valor, um mero reserva que só entrou em campo por contusão do titular. Não sei o que Salvador Dali pensava sobre isso, mas sempre achei que esse detalhe tinha uma importanciazinha no fato dele ser doido. (Porque “normal” é que ele não era mesmo)
Depois fiquei sabendo que uma coisa parecida aconteceu com Van Gogh. Seus pais tiveram um filho a que dariam o nome de “Vincent Willem Van Gogh”, usando os prenomes dos dois avós. Acontece que o garoto nasceu morto. Foi enterrado, os pais fizeram uma nova tentativa e (ao que parece) o segundo garoto nasceu exatamente um ano depois do primeiro, em 30 de março de 1853, e recebeu exatamente o mesmo nome. Diz-se que todos os dias ele passava em frente ao cemitério da família (seu pai era pastor) e via um túmulo com seu próprio nome escrito. Será que isto teve influência em sua loucura posterior, ou foi apenas algum problema genético? Há uma interessante discussão sobre o perfil clínico de Van Gogh no saite do American Journal of Psychiatry, em: http://ajp.psychiatryonline.org/cgi/content/full/159/4/519.
Conversa vai, conversa vem, e um belo dia eu folheava o livro de Pedro Karp Vásquez Na Trilha da Pantera Cor-de-Rosa (Rocco, 2002), no qual me deparo com um dado curioso sobre Peter Sellers. Este grande ator e fantástico imitador de vozes alheias nasceu em 8 de setembro de 1925, e foi batizado com o nome de Richard Henry Sellers. Acontece que seus pais, um casal de atores de vaudeville, tinham tido um filho anterior chamado Peter, que nasceu morto. Começaram a chamar o novo filho de “Peter”, e não é que o nome acabou pegando?
Existe uma raridade médica a respeito de irmãos gêmeos. Durante o seu tempo no útero, acontece às vezes que um deles não se desenvolve, estaciona numa forma microscópica de embrião, e fica alojado no corpo do outro, que nem sabe de sua existência. Não quero parecer mais maluco que meus três personagens de hoje, mas será que existe algo parecido com as almas? Será que acontece às vezes de uma delas ficar incrustada na alma de um irmão que vem depois, e estas duas almas em conflito transformarem o cara num louco e num gênio?
Depois fiquei sabendo que uma coisa parecida aconteceu com Van Gogh. Seus pais tiveram um filho a que dariam o nome de “Vincent Willem Van Gogh”, usando os prenomes dos dois avós. Acontece que o garoto nasceu morto. Foi enterrado, os pais fizeram uma nova tentativa e (ao que parece) o segundo garoto nasceu exatamente um ano depois do primeiro, em 30 de março de 1853, e recebeu exatamente o mesmo nome. Diz-se que todos os dias ele passava em frente ao cemitério da família (seu pai era pastor) e via um túmulo com seu próprio nome escrito. Será que isto teve influência em sua loucura posterior, ou foi apenas algum problema genético? Há uma interessante discussão sobre o perfil clínico de Van Gogh no saite do American Journal of Psychiatry, em: http://ajp.psychiatryonline.org/cgi/content/full/159/4/519.
Conversa vai, conversa vem, e um belo dia eu folheava o livro de Pedro Karp Vásquez Na Trilha da Pantera Cor-de-Rosa (Rocco, 2002), no qual me deparo com um dado curioso sobre Peter Sellers. Este grande ator e fantástico imitador de vozes alheias nasceu em 8 de setembro de 1925, e foi batizado com o nome de Richard Henry Sellers. Acontece que seus pais, um casal de atores de vaudeville, tinham tido um filho anterior chamado Peter, que nasceu morto. Começaram a chamar o novo filho de “Peter”, e não é que o nome acabou pegando?
Existe uma raridade médica a respeito de irmãos gêmeos. Durante o seu tempo no útero, acontece às vezes que um deles não se desenvolve, estaciona numa forma microscópica de embrião, e fica alojado no corpo do outro, que nem sabe de sua existência. Não quero parecer mais maluco que meus três personagens de hoje, mas será que existe algo parecido com as almas? Será que acontece às vezes de uma delas ficar incrustada na alma de um irmão que vem depois, e estas duas almas em conflito transformarem o cara num louco e num gênio?
Um comentário:
Me fez lembrar Cem anos de solidão, quando a personagem Úrsula começa a suspeitar que o nome tem efeito na personalidade da família, já que é sempre repetido de geração em geração, e começa a não querer mais isso.
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