A revista “Wired” de novembro trouxe uma interessante
matéria sobre Peter Molyneux, criador de videogames famosos como “Populous”
(1989), “Theme Park” (1994), “Dungeon Keeper” (1997), “Black x White” (2001).
Ele percorreu uma rápida carreira um tanto parecida com a de George Lucas. O
sucesso como criador o conduziu a posições cada vez mais altas na cadeia de
comando. Segundo a revista, a partir da série “Fable” (2004 em diante),
Molyneux vendeu sua empresa para a Microsoft e pareceu entrar num declive de
criatividade. Não tinha mais as idéias originais e surpreendentes que lhe deram
fama. Estava, como se diz, tocando a bola no meio de campo, envolvido cada vez
mais com a administração e menos com a imaginação criadora.
Surgiu então no Twitter um “alter ego” que se apresentava
como “Peter Molydeux” (com a sugestão de ser um “duplo” sutilmente implantada,
“dois”, no nome). Esse tuiteiro
desconhecido posava de criador de games e lançava para o alto uma série de
idéias para jogos, desde as mais impossíveis e absurdas até as mais intrigantes
e realizáveis. Dizia ele, em 140 caracteres: “Você vive numa casinha feita de
armas de fogo. Você precisa usar as armas para se proteger, mas também precisa
manter seus filhos protegidos por paredes e teto”. “Um jogo de guerra em que,
no final, você caminha por um cemitério olhando para as lápides de todos os que
você matou e fazendo um minuto de silêncio em cada uma”. “Imagine um jogo que
dura para sempre onde seus filhos e seus netos prosseguirão, usando seu
perfil”. “E se seu corpo fosse em forma de ampulheta? Um game intensamente
acrobático onde você tem que manter a areia sempre caindo, sem nunca parar”.
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