Li na Internet um ensaio com este título assinado por Espen Andersen, que ensina matemática numa universidade da Noruega. Pelo nome, não dá para saber se Espen é um professor ou uma professora, o que não deixa de ser uma maneira adequadamente matemática de considerar um indivíduo. Aliás, a palavra latina “indivíduo” é também uma metáfora matemática: in (negativa) + dividuo (divisão), aquilo que não pode mais ser dividido, a unidade básica. É o mesmo que o grego “átomo”: a (negativa) + tomos (divisão). Espen nos dá alguns conselhos valiosos sobre a importância de entender as coisas matematicamente.
“Estude matemática para poupar tempo na vida universitária”. Vai exigir uma certa quebração-de-cabeça na adolescência, mas uma vez chegado à Universidade você será capaz de em poucos segundos interpretar um gráfico ou uma fórmula, e entender como aquelas coisas se relacionam entre si, enquanto colegas menos preparados levarão vários minutos para saber a que corresponde cada fatia colorida daquela “pizza”. Diz Espen: “A matemática é uma linguagem mais rápida e mais eficaz que as outras linguagens. Quem a domina, trabalha com mais eficiência, e trabalha menos que os demais”.
“Estude matemática porque ela aparecerá cada vez mais no seu futuro”. É bom ir se preparando para viver num mundo em que jornalistas e políticos falarão menos e analisarão mais, em que mecânicos terão que lidar com chips embutidos tanto quanto lidam com chaves inglesas. A matemática e seus processos lógicos nos ajudam a entender tanto o funcionamento de mecanismos domésticos quanto os acontecimentos econômicos e militares do mundo em geral.
“Estude matemática porque ela é criativa”. Muita gente pensa que o pensamento matemático é mecanizado, repetitivo, o contrário do pensamento criativo. Isto é um absurdo. A matemática tem regras; apenas isto. Basta que saibamos a que se referem estas regras, e como funcionam; a partir daí, a criatividade está em saber interpretá-las e aplicá-las, e o céu é o limite. Saber relacionar as grandezas, as formas, os tempos e espaços, as medidas, as variações, as séries e progressões, é um desafio constante para nossa imaginação e inteligência. Basta saber quais são as regras.
“Estude matemática para perder menos dinheiro”. Quando multidões de idiotas entram em “pirâmides” ou em outros esquemas infalíveis para ganhar dinheiro, eles só o fazem porque não entendem patavina de matemática, e são incapazes de enxergar o conto-do-vigário que lhes está sendo aplicado. Se você entende de probabilidades, estatísticas, percentagens, juros, tem em mãos uma arma poderosa para lidar com bancos, Bolsas de Valores, empréstimos, financiamentos, compras a crédito. Pode comparar dois contratos ou duas ofertas bem diferentes e perceber em poucos minutos qual oferece mais vantagens. Saber matemática talvez não torne você rico, mas certamente tornará mais difícil que alguém fique rico às suas custas.
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