("O Flama": pelo filho, Mike Deodato, e pelo pai, Deodato Borges)
Foi o primeiro super-herói paraibano. Nasceu na novela de rádio homônima transmitida todos os dias pela Rádio Borborema; eu e minha irmã Clotilde ficávamos grudados no pé do rádio para ouvir as histórias escritas por Deodato Borges e interpretadas pelo “cast de rádio-teatro da Rádio Borborema”.
Era um tempo em que praticamente todas as noites havia novelas de rádio escritas e interpretadas por artistas locais. Meu pai trabalhou na rádio alguns anos, e alguns desses atores frequentavam nossa casa.
Lembro de ter ouvido uma adaptação de As Quatro Penas Brancas, romance de aventuras passado na Legião Estrangeira.
O Flama era um herói mascarado e usando capa, fisicamente no
modelo do Batman. O rosto me sugeria uma certa semelhança com Errol Flynn, que
era uma espécie de George Clooney daquele tempo. Suas aventuras ocorriam num
ambiente que misturava elementos brasileiros e estrangeiros.
No elenco de personagens, havia Eliana, sua noiva (era um tempo em que os super-heróis tinham noivas!), o garoto Zito (uma espécie de Robin), Bolão, um rapaz meio gordo que servia de “alívio cômico” pelas suas tiradas engraçadas, o Comissário Láurence (simétrico ao Comissário Gordon, do Batman), e havia um “Raposa” que usava uma metralhadora e chamava os bandidos de “os macacos”.
No elenco de personagens, havia Eliana, sua noiva (era um tempo em que os super-heróis tinham noivas!), o garoto Zito (uma espécie de Robin), Bolão, um rapaz meio gordo que servia de “alívio cômico” pelas suas tiradas engraçadas, o Comissário Láurence (simétrico ao Comissário Gordon, do Batman), e havia um “Raposa” que usava uma metralhadora e chamava os bandidos de “os macacos”.
A novela foi patrocinada pelos Drops Dulcora (“quadradinhos,
embrulhadinhos um a um!”). Criou um Clube do Agente Secreto, com carteirinha e
tudo; e sorteava fotos do Flama e Zito, mascarados, de arma em punho, em
contraluz, fotos feitas em estúdio. Era grande a audiência.
O Flama (tal como o Dick Peter, de Jeronymo Monteiro) tanto enfrentava assaltantes de bancos quanto “monstros de ferro” que invadiam a cidade.
O Flama (tal como o Dick Peter, de Jeronymo Monteiro) tanto enfrentava assaltantes de bancos quanto “monstros de ferro” que invadiam a cidade.
O sucesso foi tanto que Deodato lançou em março de 1963 a
revista em quadrinhos, escrita e desenhada por ele. A esta altura eu, já com
12-pra-13 anos, não me interessei tanto, não colecionei, afinal já lia Conan
Doyle e Julio Verne. Mas o sucesso foi grande!
Agora, a Funesc (Fundação Espaço Cultural, de João Pessoa) lançou uma edição fac-símile do número 1 da revista, com uma HQ (“O Caso do Dragão Vermelho”), um conto (“Rapto!”) e algumas seções de piadas, curiosidades, sonetos.
Agora, a Funesc (Fundação Espaço Cultural, de João Pessoa) lançou uma edição fac-símile do número 1 da revista, com uma HQ (“O Caso do Dragão Vermelho”), um conto (“Rapto!”) e algumas seções de piadas, curiosidades, sonetos.
Deodato faleceu ano passado (2014). Foi um entusiasta da cultura pop, como Jeronymo Monteiro, Rubens Francisco Lucchetti, Péricles Leal e outros pioneiros da literatura de gênero (policial / FC / terror / fantasia) que temperaram no fogo do medo os meninos e as meninas da minha geração.
Um comentário:
Meu tio, Walmir Chaves, era o ator que fazia o Bolão na novela da Rádio Borborema. =]
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