(Marty Hart e Rust Cohle)
A
série True Detective, encerrada recentemente na TV a cabo, conta a
investigação de crimes seriais na Louisiana, envolvendo elementos ritualísticos
e satânicos. Os protagonistas são dois detetives, Marty Hart, um pai de família
convencional, que convencionalmente trai a mulher a-dar-com-o-pau, e Rust Cohle,
um semi-junkie niilista com fascinação por crimes rituais. A história total abrange 17 anos da vida dos
personagens e pode ser resumida assim: Hart e Cohle investigam os crimes,
descobrem o criminoso, mas não se contentam e querem investigar mais, pois suspeitam
de uma rede muito maior de fanáticos que sacrificam crianças e mulheres. A
rivalidade mútua os leva a brigar, e Cohle larga a polícia. Muitos anos depois,
crimes parecidos são descobertos, e dois novos policiais interrogam Hart e
Cohle (os dois já enormemente mudados) para saber os detalhes da história, e
solucionar a dúvida principal: se o criminoso foi apanhado anos atrás, como se
explica que crimes idênticos tenham voltado a acontecer?
Hart
(Woody Harrelson) é um daqueles policiais-modelo de um milhão de filmes, caras
durões, sem frescura, sem teorias, interpretados por Richard Widmark ou Kirk
Douglas. Rust Cohle (Matthew McConaughey) é de outra natureza. Um sujeito
calejado, atormentado, que diz ter perdido a filhinha pequena anos atrás (não
dá detalhes), e por isso torna-se obcecado por matadores de crianças (um pouco
como o Fox Mulder de Arquivo X, que julga ter tido a irmã abduzida por
alienígenas). O duplo arco narrativo (passado e presente) converge para uma
situação em que dois ou três desfechos são plausíveis. Um deles acontece. Gente
reclamou que era previsível. Eu achei que ia dar outro; mas acabei preferindo
que terminasse como terminou. O final que eu imaginei seria cruel demais.
2 comentários:
Como seria o final que você imaginou?
Vi a série, pra mim a melhor desde Breaking Bad. Lembrei um pouco do gótico sulista de Flannery O´Connor e William Faulkner. A Louisiana parece um pedaço do Caribe nos EUA.
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