Sim, o jeito é manter a cabeça fria, o olho focado, a mão pronta, os pés afastados, os nervos zumbindo acesos como um cabo de alta tensão de Itaipu.
Cruzar correndo a superfície do lago, confiando na tensão superficial daquela água pouco sujeita a ondas.
Saltar na hora do atropelamento para sair do chão no primeiro impacto e cair depois no vácuo do carro, que já seguiu seu caminho.
Driblar uma bala perdida não é mais difícil do que fintar um miúra abufelado. Não tem perigo que a gente não consiga eludir, não tem catástrofe que não se possa atenuar, não tem beco sem saída onde não haja uma janela baixa que alguém deixou só encostada, não tem estava-escrito que a gente não possa pedir vistas no processo e reabrir um questionamento.
É o jeito.
Seguir em frente como a água do rio, escorrendo por onde der passagem, ou como a ave de arribação que não tem a mínima idéia de como está se orientando mas sabe que um dia chega.
Claro que a batalha é ferrenha e muitos tombam pelo meio do caminho, e é bem provável que eu tombe também, só que não vou tombar aqui, vou tombar, se for o caso, lá depois daquela volta da estrada, depois daquela montanha bem azulzinha, mas aqui, não.
O jeito é teimar, o jeito é continuar respirando, antes de tudo o mais, e o fato de que hoje respirei em paz o dia todo resolveu estes 95% dos meus problemas, então que venha o restante.
Seguir em frente como a água do rio, escorrendo por onde der passagem, ou como a ave de arribação que não tem a mínima idéia de como está se orientando mas sabe que um dia chega.
Claro que a batalha é ferrenha e muitos tombam pelo meio do caminho, e é bem provável que eu tombe também, só que não vou tombar aqui, vou tombar, se for o caso, lá depois daquela volta da estrada, depois daquela montanha bem azulzinha, mas aqui, não.
O jeito é teimar, o jeito é continuar respirando, antes de tudo o mais, e o fato de que hoje respirei em paz o dia todo resolveu estes 95% dos meus problemas, então que venha o restante.
O jeito é tentar não dar murro em ponta de faca, não abrir
janelas na parede a golpes de cabeça, não pular do prédio sem reparar se a
providencial carroça-de-feno está estrategicamente colocada no ponto
exato.
Também é preciso saber tergiversar, sofismar, botar panos quentes, tapar o sol com uma peneira, ficar acordado a noite inteira, fazer redemunho de carrossel. Jeito pra tudo tem, a vida é uma bolinha que vem e você tem só que ficar rebatendo, a vida toda ela vindo e você rebatendo, porque quando erra só erra uma vez.
Também é preciso saber tergiversar, sofismar, botar panos quentes, tapar o sol com uma peneira, ficar acordado a noite inteira, fazer redemunho de carrossel. Jeito pra tudo tem, a vida é uma bolinha que vem e você tem só que ficar rebatendo, a vida toda ela vindo e você rebatendo, porque quando erra só erra uma vez.
Você cai do arame rumo ao chão sem rede mas alguém rebobina e você sobe às avessas: era um filme, e você não existe.
Mesmo na jaula dos leões ou no porão dos abutres haverá alguma porta secreta ou gaveta com fundo falso, e você escapa para um universo mais negociável.
Ninguém pode garantir que o jeito significará necessariamente a salvação, mas o fato é que pra tudo tem jeito. Sempre tem a terceira face da moeda, a serrilhada. Tem o rio reto, tem o pulo do gato e o salto do cavalo, tem o sexto lado do pentágono e a nobre arte de avançar mais uma casa no tabuleiro.
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