Estou acompanhando, como já falei aqui, a série de TV Breaking Bad, da TV a cabo. Foi criada por Vince Gilligan, um dos responsáveis
por Arquivo X, outra das poucas séries que cheguei a acompanhar. “BB” é a
história de Walter White, um professor de química que aos 50 anos descobre que
está com câncer e talvez tenha um ano de vida.
Walter se apavora, menos por si do que pela família. A esposa, Skyler, trabalhou como contadora e
pensa numa carreira literária; logo ela descobre que está grávida. O filho de
15 anos, Walt Jr., tem uma forma atenuada de paralisia cerebral, e anda com
ajuda de muletas. É esperto, entende tudo, mas precisa de cuidados
especiais. O que será da família, quando
Walter morrer e deixar de ser o seu provedor?
Walter decide fabricar metanfetamina, que ele (um nerd CDF até não poder
mais) consegue fazer com 99% de pureza química. Ele dá um banho na concorrência
e em pouco tempo açambarca o mercado do sudoeste dos EUA, perto da fronteira
com o México.
Para salvar a família, Walter cria uma escalada de crimes,
violência, tráfico, com uma tragédia pessoal se sucedendo a outra. É uma dessas histórias onde as boas notícias
são somente que alguém escapou de uma emboscada ou que um chefão do tráfico fez
uma proposta milionária pelos serviços científicos do “químico nota 10”. Walter e a mulher ficam num
separa-volta-separa que não tem fim, e ele sempre dizendo que tudo que faz (ela
vem a saber de parte da verdade, lá adiante) é para proteger a família. E ela uma vez lhe diz: “Pois eu estou aqui
para proteger a família desse homem que quer protegê-la”.
Obama,
Romney, tantos. Toda campanha norte-americana tem que pedir a bênção no
altar de Santa Família, aquilo que Stálin chamava “a célula-mater da
sociedade”. Que neste sentido tanto faz ser comunista, capitalista, democrática
ou mafiosa. Brincando com a palavra MÁFIA
encontrei o anagrama FAMIA, que só faz sentido no Nordeste. A família é um
grupo a quem você deve uma fidelidade religiosa, robótica, inquestionável.
Obama disse no discurso de vitória, referindo-se à população: “Nós somos uma
família americana, e nos ergueremos juntos ou tombaremos juntos, como uma só nação
ou uma só pessoa”.
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