(Robben, o bailarino)
O jogador brasileiro confirmou e carimbou, nesta Copa, a
sua fama de “flopper”, de jogador que se joga ao chão sem ter sofrido falta,
fingindo ter sido atingido, para induzir o juiz à marcação de um pênalte. Entre nós, na nossa cultura da malandragem,
isto é visto como esperteza, como inteligência. Quem age assim tenta fazer de
otário o jogador do outro time (que poderia ter feito a falta, optou por não
fazê-la, e foi punido por isso) e o juiz (que acreditou na mentira).
Essa malandragem de “cavar pênalte” é da mesma categoria
do sujeito que paga o restaurante com cheque sem fundo, do sujeito que falta ao
trabalho porque tomou uma carraspana e pede atestado médico a um doutor amigo,
do sujeito que combina com alguém para que roube seu carro, embolsa o seguro e
ainda vende o carro por baixo do pano. É disso que muitos brasileiros se
orgulham.
Pois olhe, se eu fosse jogador de futebol e entrasse na
área com a bola dominada eu faria como faz Lionel Messi – alguém só me
derrubaria com um tiro de espingarda 12. Quem parte pra fazer o gol quer fazer o
gol, mas esses atacantes de hoje quando sentem o bafo do zagueiro desabam como
florzinhas no vendaval. Nesta Copa do Mundo, o ridículo pênalti marcado a favor
do Brasil no jogo de estréia contra a Croácia (pênalti salvador, aliás), numa
encenação patética de Fred, acabou sendo prejudicial a longo prazo. Pênaltis
verdadeiros a nosso favor acabaram não sendo marcados, porque nosso time perdeu
a pouca credibilidade que já tinha. É um tanto humilhante sair navegando pelos
websaites de futebol mundo afora e perceber que nós, os ex-reis do futebol,
somos hoje objeto de zombaria do mundo inteiro (antes mesmo dos 7x1), como
covardes e desonestos, que têm medo de tentar o gol.
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