(O 13o. andar)
Bato nessa tecla há trinta anos. O mundo em que vivemos
não existe, ou pelo menos não existe como imaginamos. O planeta Terra; a
humanidade e a histórias de suas civilizações; a cidade em que vivemos; as
pessoas que conhecemos; a nossa vida no dia a dia – tudo isso não passa de uma
simulação. Nossa consciência foi ativada artificialmente por seres mais
poderosos do que somos capazes de imaginar.
E eles nos acompanham com o interesse (e o tédio eventual) de quem joga
um videogame ou de quem roda no computador uma simulação para avaliar processos
e resultados.
Essa idéia familiar à geração “Matrix” surgiu para mim
quando li o romance Simulacron-3 de Daniel F. Galouye (adaptado para o cinema
como O 13º. Andar, de Josef Risnak, 1999).
A FC explorou de mil maneiras este tema do indivíduo que descobre que
seu mundo não é real, é uma simulação feita em computador, e que ele próprio
não existe, é apenas o resultado de um conjunto de instruções.
Agora, Rich Terrile (cientista do Centro de Computação
Evolucionária e Design Automativo, no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa)
sugere que esse gigantesco projeto simulatório não é obra de alienígenas, mas
de pessoas do futuro (aqui: http://tinyurl.com/cpmoqgs).
Diz ele: “A cada 6 ou 8 anos surge uma nova versão do PlayStation. Nossa
expectativa é de que em 30 anos uma versão, que deverá ser PlayStation 7, será
capaz de computar cerca de 10 mil vidas humanas simultaneamente, em tempo real,
ou uma vida humana completa em cerca de uma hora. Quantos PlayStation há no
mundo? Uns 100 milhões. Pense em 100 milhões de consoles, cada um contendo 10
mil humanos. Conceitualmente, teremos mais humanos vivendo em PlayStations do
que os humanos de carne e osso que existem hoje na Terra”.