(Elon Musk)
A espaçonave tem sido um símbolo da ficção científica desde
o seu começo. O primeiro livro sobre a ida de um artefato mecânico à Lua foi Da Terra à Lua de Julio Verne (1865), mas não se tratava de um foguete, e sim
de uma bala de canhão. Balões e veículos de formatos improváveis (e meios de
propulsão mais improváveis ainda) foram numerosos no século 19, pela imaginação
de H. G. Wells, Garrett P. Serviss e outros. A Encyclopedia of Science
Fiction de John Clute menciona como duas das mais convincentes espaçonaves do
início da pulp fiction as que aparecem em The Shot into Infinity”de Otto
Willi Gail (1925) e The Voyage of the Asteroid de Laurence Manning (1932).
Cito estas datas porque aqui no Brasil já tínhamos em 1923 pelo menos duas
obras: A Liga dos Planetas de Albino Coutinho, com seu “aeroplano”, além do
cordel História do Homem que Subiu Em Aeroplano até a Lua atribuído a João
Martins de Athayde, mas cujo verdadeiro autor talvez seja Leandro Gomes de
Barros. Espaçonaves cientificamente
canhestras, mas em todo caso são provas de que a FC no Brasil surgiu par-a-par
com a dos EUA e Europa.
Elon Musk é um jovem (nasceu em 1971) empresário dos EUA que
está tentando reaquecer sozinho a corrida espacial. Segundo ele, a astronáutica
dos foguetes está mais do que defasada, tanto no aspecto técnico quanto no
econômico. Parece delírio? Bem, ele é o criador do PayPal, uma das coisas que
deram mais certo até hoje no mundo da web. Diz Musk (http://bit.ly/Rc9t45) que a tecnologia
aeroespacial não experimentou melhorias materiais desde os anos 1960, e na
verdade pode até ter regredido. Para ele, “as empresas aeroespaciais têm uma
incrível aversão ao risco”, e seu excesso de cuidado chega até o ponto em que,
num engraçado paradoxo, “um componente que nunca foi ao espaço não pode ir ao
espaço”.