quarta-feira, 4 de agosto de 2010
2311) A palavra andróide (4.8.2010)
A palavra “andróide” se incorporou ao nosso vocabulário através da ficção científica e da também do noticiário científico. Andróide é um ser artificial que, ao contrário do robô (que é metálico, e apenas imita vagamente a forma humana) é feito de circuitos eletrônicos recobertos com algum tipo de material orgânico ou sintético que o torna parecido a uma pessoa, a ponto de poder ser confundido. O exemplo mais conhecido são os andróides do filme Blade Runner. Na verdade, deveríamos usar dois termos, andróides e ginóides, para designar respectivamente as criaturas com aparência masculina e feminina. Mas isto é a típica reclamação de filólogo. Seria demais esperar que o pessoal da área tecnológica se preocupasse com esse tipo de detalhe.
A primeira menção oficial da palavra, ao que se diz, aparece numa patente para um “Autômato de Brinquedo”, registrada em 1863 em nome de um certo J. S. Brown, do Distrito de Colúmbia, inventor de “um novo e aperfeiçoado (tipo de) autômato de brinquedo ou boneco andróide”. Isto aconteceu quase um século antes de Philip K. Dick escrever Do Androids Dream of Electric Sheep? (“Será que os Andróides sonham com carneiros elétricos?”), o livro que deu origem a Blade Runner, escrito em 1966 e publicado em 1968.
Note-se que usamos também termos como “antropóide”, para designar, de preferência, animais que têm traços semelhantes ao do homem, principalmente macacos e primatas em geral; e também “humanóide”, muito usado na FC para indicar raças extra-terrestres que evoluíram, por conta própria, de maneira semelhante à nossa e que por isso têm aparência física semelhante à nossa.
Não é improvável que venhamos a produzir andróides capazes de, em certa medida, não apenas substituir seres humano, mas até de serem confundidos com eles. Isto pode se dar através do nosso avanço em algumas áreas principais:
1) Robótica. Estamos avançando bastante na produção de estruturas mecânicas de todo tipo, capazes de simular o movimento humano; essas estruturas podem ser no futuro acopladas a um conjunto artificial de órgãos, tecidos, sistema nervoso, etc. 2) Informática e Inteligência Artificial. Desenvolvimento de chips, processadores, circuitos integrados cada vez menores criando redes cada vez mais complexas; e os softwares embutidos para fazer com que tudo isso seja capaz de ter cinco sentidos (ou apenas os mais urgentes: visão, audição, tato), de se comunicar, exercer tarefas, tomar decisões simples. 3) Células-Tronco. Se as células-tronco, que só agora começam a ser exploradas a sério, servirem realmente para reconstituir medulas e órgãos danificados, não demorará muito a produção de órgãos, nervos, neurônios, músculos, etc., que possam ser acoplados. 4) Tele-ensino através de TV, games de treinamento, emissões de rádio, download de programas e “dicionários”, que possibilitarão ao andróide um armazenamento maior e processamento de informações mais rápido do que os nossos.
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