quinta-feira, 4 de junho de 2009

1076) O palestrante não pôde vir (27.8.2006)



O professor Ancistófeles Cremalheira é uma simpática e folclórica figura que conheci em tempos idos, quando ele trabalhava (deve trabalhar ainda) num desses departamentos culturais de universidade que existem por aí. Claro que o nome dele não é esse, mas não sou besta de botar o nome verdadeiro e depois o sujeito vir me processar, logo numa história da qual não tenho nenhuma prova material. Vamos supor, portanto, que tudo o que se segue é uma parábola inventada por mim num momento de descontração, para comentar certos aspectos da vida cultural do país.

Anos atrás estava eu posto em sossego, aqui no Rio de Janeiro, quando me liga o professor Ancistófeles, apresenta-se, expõe suas credenciais acadêmicas, e me convida para participar de uma Mesa Redonda sobre literatura, numa próspera capital brasileira. Lamenta não poder pagar cachê; oferece-me passagem aérea e hotel. Ora, naquele tempo eu era um cara besta, só cobrava por um trabalho se estivesse precisando de dinheiro. Se tivesse dinheiro no banco, fazia qualquer coisa de graça. Concordei com a proposta, até porque na Mesa Redonda estaríamos três: eu, um autor lá da cidade, e um autor carioca de muito sucesso, digamos que ele se chama Tibúrcio Pestana. Tudo combinado.

Na semana da viagem, encontro por acaso “Tibúrcio Pestana” aqui no Rio, somos apresentados, e eu comento: “Aliás, vamos nos encontrar de novo daqui a dois dias, não é? Na palestra tal e tal”. Ele fez uma cara de espanto, demonstrou ignorar por completo o fato. Por acaso eu tinha no bolso um “folder” que o professor me enviara, mostrei, e ele disse: “Mas é muita cara de pau. Esse pessoal me convidou para esse evento, e eu recusei, porque não tinha cachê. Como têm coragem de botar meu nome?” Sugeri que talvez o folder já estivesse sendo impresso, mas ele retrucou: “Me ligaram dois meses atrás. Eles já estavam imprimindo o folder, há dois meses?!”

A conversa morreu aí. Dias depois viajei, cheguei, fui ao hotel, fui para a palestra. Que era num auditório imenso, da tal Universidade. Cheíssimo. Botando gente pelo ladrão, e pelo jeito da turma, e pelo zum-zum-zum que entreouvi desde a chegada era uma platéia ansiosa pela palestra de “Tibúrcio Pestana”. Na hora H, subimos ao palco eu, o escritor local (um sujeito simpático, inteligente, bom de papo) e... o professor Ancistófeles Cremalheira, que pediu desculpas pela ausência inesperada de Tibúrcio (“ligou-me ontem, ansioso, com um problema grave de doença na família, pediu mil desculpas...”) e comunicou que, a contragosto, e por não dispor de um substituto à altura, ele próprio, o professor Ancistófeles, faria o sacrifício de tentar substituir o ilustre convidado. Eu falei 20 minutos, o escritor local falou outros 20, e o professor falou 45 para um auditório cheio como talvez nunca tivesse tido na vida – ou vai ver que tinha de vez em quando, porque um golpe fácil como esse o cara não aplica uma vez só.

1075) Duplas de cantadores (26.8.2006)


(José Gonçalves e Ivanildo Vila Nova, em foto de Roberto Coura)

Um dos aspectos que sempre distinguiram os cantadores de viola nordestinos dos cantores de música sertaneja foi o modo como esses artistas se organizam em duplas. Na música sertaneja de São Paulo, Minas, Goiás, as duplas são praticamente fixas. Tonico só canta com Tinoco, Chitãozinho só canta com Xororó, e assim por diante. Na cantoria de viola nordestina, os cantadores são soltos. Embora nada os impeça de ficar semanas ou meses cantando com o mesmo parceiro, parte-se do princípio de que o cantador, mesmo trabalhando sempre em dupla (cantador não canta sozinho) é um profissional independente. Como já me disse um cantador, “Os sertanejos são casados. A gente não, sai com quem quiser”.

Certas duplas se consagraram pelas grandes cantorias que fizeram juntas: Lourival Batista e Pinto do Monteiro é um exemplo que todo mundo se lembra. Mas Lourival cantava com todo mundo, não apenas com Pinto; e vice-versa. Eu vi Lourival cantar dezenas de vezes, e nunca com Pinto. Muitas vezes alguém quer chamar uma dupla de cantadores para se apresentar em sua casa, aí liga para o cantador Fulano: “Fulano, quero que você venha cantar aqui em casa. Você está cantando com quem atualmente?” “Com Beltrano”, “Ótimo, então venham os dois”. Se não interessar, o cara propõe: “Eu gostaria que você viesse cantar aqui, mas não com Beltrano, e sim com Sicrano. Pode ser?” Aí depende – se os dois ainda se dão bem, as agendas combinam, etc. Mas a dupla não é fixa.

Ouço falar que agora as duplas tendem a se manter estáveis. A só canta com B, C só canta com D. Dizem os cantadores (e eu concordo) que isso proporciona um entrosamento maior, que trabalhando sempre juntos os dois poetas desenvolvem um arquivo mais variado de assuntos (e de decorebas, que ninguém é de ferro). Ou seja: é a “cantoria de resultados”, seguindo o princípio capitalista do máximo de produtividade, o máximo de rendimento. Cantar com um desconhecido, ou com alguém com quem o poeta não desenvolveu essa afinidade, começa a parecer um risco, não importa que os cantadores tenham feito isto durante 150 anos.

Este aspecto sempre me pareceu intimamente ligado a outro que distingue os dois grupos: os cantores sertanejos cantam canções decoradas, os repentistas nordestinos improvisam. E isto, sim, é a distinção crucial entre os dois. Eu nada tenho contra um sujeito escrever versos, decorá-los e passar a vida a repeti-los. Tenho feito isto, aliás, nos últimos trinta anos. Mas a Arte da Cantoria é outra coisa, meus camaradas. A Arte da Cantoria consiste em ser capaz de improvisar. Levar verso decorado, lembrar verso antigo, encaixar de vez em quando um mesmo verso num lugar onde ele cabe... tudo isso faz parte do ofício, mas não é nisso que consiste a Grande Arte. E quando a dupla se torna fixa, o risco de cantar somente verso decorado cresce na mesma proporção. A dupla fixa pode ser (tomara que não seja, vou batalhar para que não seja) o começo do fim do Improviso.

1074) “Eu me prostituí por mordomias” (25.8.2006)



Eric D. Snider, jornalista free-lancer de Portland, foi banido pela Paramount Pictures de todas as entrevistas coletivas e pré-estréias patrocinadas pela produtora. Motivo: ele aceitou um convite para participar de um destes eventos, e em vez de escrever uma matéria elogiosa, contou tudo que aconteceu e perguntou: “Será que é preciso gastar tanto dinheiro, de uma maneira tão idiota, sob o pretexto de divulgar um filme?” O artigo intitula-se “I was a junket whore”, “Eu me prostituí por mordomias” (“junket” significa algo como “mordomia, boca-livre”), e pode ser lido em: http://www.ericdsnider.com/snide/i-was-a-junket-whore. Snider viajou de Portland a Seattle para cobrir o lançamento de “World Trade Center”, de Oliver Stone. Ganhou duas diárias num hotel de luxo, 125 dólares para alimentação, e o direito a duas conversas de 20 minutos, com mais seis jornalistas, com atores do filme e com os personagens reais que eles interpretam, e por fim mais 20 minutos com Oliver Stone.

Snider embarcou na empreitada achando que havia algo de errado, e já disposto a criticar. Mas seu julgamento é sensato, bem argumentado, com alguns toques de humor mas evitando o tom frívolo da imprensa “pop”. Um dos jornalistas presentes com ele ao papo com Oliver Stone mencionou de modo casual em sua coluna, dias depois: “Acabei de lanchar com Oliver Stone: uma bandeja com frutas e queijo, além de bolachas, nas quais ele mal tocou, limitando-se a pedir café. Stone disse que decidiu lançar uma versão reeditada de Alexandre...” Ou seja: o sujeito passa para seus leitores a sensação de que é importante, de que teve um lanche-a-dois com uma estrela de Hollywood. Na verdade, eram seis jornalistas de um lado da mesa, Stone entrou, cumprimentou todos, de um por um, respondeu as perguntas, tomou café, voltou a cumprimentar todos, e saiu para a próxima entrevista.

Diz Snider, sobre seus coleguinhas: “Quando eles falavam sobre filmes, não falavam se eles eram bons ou maus. Falavam sobre quem aparecia neles, e como eram essas pessoas. O cara de Vancouver parecia pensar em filmes somente em termos de quem eram as estrelas e se ele conseguira ou não entrevistá-las. A idéia de criticar um filme, discutir seus méritos como arte ou como entretenimento, pareciam-lhe totalmente estranhas. Eu, como crítico de cinema, achava aquilo inquietante, uma versão Mundo Bizarro do mundo em que vivíamos eu e meus colegas”.

Entre passagens de avião, táxi, hotel e alimentação, a Paramount gastou 1.100 dólares com Snider, para não falar no aluguel das suítes onde transcorria a entrevista, os lanches, etc. e tal. Pergunta ele: multiplicando isto por todos os jornalistas-de-aluguel que participam, será que vale a pena, em termos de ingressos vendidos? Isto pode ser considerado divulgação, mesmo do ponto de vista estritamente financeiro dos balancetes da empresa (deixando-se de lado questões como ética jornalística, importância da crítica de cinema, etc.)?

1073) A atração pelo Oculto (24.8.2006)




Estou preparando uma antologia de contos de terror, o que me exige a leitura de centenas de histórias desse tipo. Um trabalho desagradável e cansativo, mas regiamente pago. (Estou sendo irônico: é justamente o contrário.) 

Um dos subgêneros mais interessantes desse universo é a história de casas mal-assombradas, casas onde algo misterioso e ameaçador está acontecendo. Estas histórias obedecem a um padrão básico: 

1) Coisas estranhas ocorrem numa casa; 
2) Um cético e um crédulo se dispõem a verificar; 
3) Alguma coisa acontece, e o desfecho dá razão a um deles. 

Nas histórias de cunho racional ou humorístico, geralmente o cético tem razão. Nas histórias fantásticas e de terror genuíno, tem razão o que acreditava que “existem mais coisas entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa filosofia”.

Os britânicos elevaram a extremos de refinamento este tipo de história, e a leitura seguida de dezenas delas nos permite perceber detalhes interessantes. Por exemplo: nas casas assombradas britânicas, existem os patrões e os criados. Os patrões querem investigar mais a fundo o que está acontecendo; já os criados apavoram-se com facilidade e batem em retirada. 

Lembro ao leitor que “patrões” e “criados”, na Inglaterra, não são equivalentes exatos ao que designamos com este nome aqui no Brasil. Curiosamente, aqui no Brasil os muito-ricos estão mais distantes dos muito-pobres do que na Inglaterra; mas aqui ainda existe uma certa promiscuidade social, fruto da química peculiar que se desenvolveu entre portugueses e africanos (e aqui cedo a palavra a Jorge Amado, Gilberto Freyre e outros). 

Na Inglaterra, a coisa é diferente. Patrões e criados vivem em universos paralelos, e aconselho o filme Assassinato em Gosford Park, de Robert Altman (tem em qualquer locadora) como uma bela descrição de como esses mundos, tão misturados entre si, são distantes.

No típico conto de terror inglês, os criados acreditam no sobrenatural mas não querem papo com ele; os patrões são céticos, mas por isto mesmo querem investigar mais a fundo. Só esta semana reencontrei este padrão em “The Screaming Skull” de F. Marion Crawford, “The Haunted House” de Charles Dickens, “The House and the Brain” de Bulwer-Lytton, “The Beast with Five Fingers” de W. F. Harvey, e outros. 

O que me lembra uma frase famosa de Jorge Luís Borges, quando perguntaram sobre a presença constante do tema de Deus em suas obras: “Sou o contrário dos outros argentinos: ele crêem em Deus mas não se interessam, já eu não creio, mas me interesso”. 

De um lado, o Povo com sua mentalidade arcaica, medievalista, supersticiosa, vulnerável ao medo do Oculto. Do outro, a burguesia com seu materialismo, seu Iluminismo, seu culto à Razão. 

O povo não gosta de mexer com Potestades, ainda mais do Além. Mas a maioria dos escritores pertencem (mesmo que apenas mentalmente) a este mundo burguês, para quem o Sobrenatural é um mero passatempo literário, que não ameaça e não impõe deveres.








1072) O declínio do improviso? (23.8.2006)




(Sebastião da Silva e Louro Branco)

Durante vários anos, quando morava em Campina Grande, trabalhei no Congresso Nacional de Violeiros, realizado pela Associação de Repentistas e Poetas Nordestinos, com o apoio do Museu de Arte da então Universidade Regional do Nordeste (atual UEPB). 

Um congresso de violeiros é um festival em que duplas de cantadores sobem ao palco, durante meia hora cada uma, para improvisar versos sobre assuntos sorteados na hora. Uma comissão julgadora atribui notas, as duplas classificadas nas eliminatórias retornam na noite final, quando as mais bem classificadas ganham prêmios.

A tarefa da comissão julgadora é difícil e ingrata. Mas não o é menos a da Comissão de Seleção, da qual eu geralmente fazia parte. Cabe a ela selecionar os assuntos e os motes que serão sorteados. 

Assuntos e motes bem escolhidos podem ajudar os poetas. Não é fácil subir num palco, de viola ao pescoço, cumprimentar a platéia e o locutor, e em seguida ouvir este dizer: “Agora vamos à apresentação desta dupla, John Lennon e Paul MacCartney. Primeiramente, eles cantarão sete minutos em sextilhas sobre o tema... (abre um envelope pardo, pede a um dos cantadores que escolha ao acaso lá dentro, entre dezenas de outros, um envelope menor, lacrado, tira dali um papelzinho datilografado, lê)... ONDE ESTARÁ OSAMA BIN LADEN?... Palmas para a dupla!” 

Aí eles se postam junto aos microfones, ponteiam as violas durante um minuto, e começam a improvisar.

Essa é a raiz da Grande Arte nordestina. O cara ser capaz de fazer versos sobre um assunto proposto na hora. Ou glosar um mote. O locutor diz: “E vamos anunciar o mote em decassílabo a ser glosado pelos poetas. O mote é: (pega e lê): O TEU CORPO ENCANTOU O MEU OLHAR / TUA ALMA ALEGROU MEU CORAÇÃO”. E os caras começam. 

Não podem trazer o verso decorado de casa. Os envelopes estão todos misturados, e a única maneira de escolher o que vai cair é a coisa ser desonesta. Quando eu trabalhava com isto, os motes eram escolhidos pelos membros da comissão, datilografados, envelopados, e colocados no tal envelope pardo que durante as 72 horas seguintes ficava embaixo do meu braço, porque eu não queria correr riscos. Já cheguei a dormir com o envelope embaixo do travesseiro. 

E é claro que quando caía um assunto que a dupla achava desagradável, diziam logo que era perseguição, que aquele tema ou aquele mote tinha ido para eles de propósito, etc. e tal.

Nos últimos anos, ouço falar em Festivais de Violeiros onde os temas e motes são informados com dias de antecedência, para que os poetas tenham tempo de preparar material. Estou considerando seriamente a possibilidade de me tornar cantador. Escrevendo e decorando, meu amigo, eu não abro nem pra Otacílio Batista ou Pinto do Monteiro! 

Quero ver é fazer na hora, como esses dois faziam, e como fazem tantos outros dos dias de hoje – aos quais cabe manter viva a Grande Arte, ou ajudar a transformá-la num simples apêndice menor da MPB.






1071) Filme arrasa-quarteirão (22.8.2006)



Cinema nunca foi tão caro. É algo que vai muito além da curva da inflação. Os filmes não estão apenas mais caros do que eram antes, como tudo o mais (sorvete, alface, fósforos). O cinema subiu de patamar, criou um novo nível para si próprio. É como aquele sujeito que mora de aluguel e dirige um fusca, aí ganha na Mega-Sena, e pouco tempo depois descobre que precisa faturar 100 mil por mês para manter o nível. Assim é o cinema de hoje.

Vejam o caso de Piratas do Caribe 2. Este filme (que não vi ainda, nem vou discutir se presta ou não) teve, segundo a imprensa, o melhor fim-de-semana da estréia de todos os tempos: 135 milhões de dólares. De sexta a domingo (7 a 9 de julho) o filme arrecadou isto nas cerca de 4 mil salas em que foi exibido simultaneamente. Só para comparar outros fins-de-semana de estréia de sucessos recentes: X-Men: The Last Stand (122 milhões, em 4 mil salas), Superman Returns (52 milhões, em 4 mil salas), Os Sem-Floresta, desenho (38 milhões, em 4 mil salas), Velozes e furiosos: desafio em Tóquio (23 milhões, 3 mil salas), Carros, desenho (60 milhões, 4 mil salas). Números arredondados, claro. Mas a faixa é esta.

O monitoramento eletrônico de venda de ingressos fornece relatórios de hora em hora aos estúdios, informando a marcha da bilheteria do filme. O fim-de-semana de estréia é crucial, porque desencadeia o boca-a-boca (que continua a ser a maior arma de propaganda do cinema), e porque proporciona aquilo que todo investidor (inclusive eu) adora: retorno instantâneo de um investimento. Eu fiz 500 exemplares de um livro de poesia em 2003 e ainda não vendi tudo.

O fim-de-semana de estréia é um pesadelo. Peter Bart, editor da Variety e ex-produtor, diz: “O fim-de-semana de estréia é uma tortura. Às vezes são dez anos de trabalho para fazer um filme, e agora tudo que você pode fazer é esperar. É um estresse sem comparação”. Diz Tom Hanks: “Você vê gente vomitando na cesta de papéis”. A estratégia de estréia envolve quantas cópias serão feitas, em que regiões, estados e cidades serão exibidas, e o tipo de propaganda a ser feito – “Carros” exige um estilo de divulgação, “Velozes e furiosos” exige outro. Se você já faz uma pesquisa de mercado extremamente detalhista para mudar a embalagem de um detergente que já vende bem há décadas, o que dizer de um produto novo, caríssimo, e que está arriscando toda sua carreira entre sexta e domingo?

Fatores “extra-campo” podem afetar essas estréias: o Dia dos Pais, ou a final do Campeonato de Beisebol. Os estúdios jogam todas as suas fichas nesses três dias, e a imprensa fica atulhada de matérias, fotos, merchandising, notícias “plantadas”, com cada lançamento querendo marcar presença mais que os outros. Faz sentido. Se você investe um milhão em publicidade e arrecada cinco, ganhou quatro. Se você investe dez milhões e arrecada vinte, ganhou dez. Proporcionalmente, não foi tão bom, mas é o resultado bruto que conta.