sexta-feira, 2 de maio de 2014

3488) Foi sinistro o negócio (2.5.2014)



Véio, foi sinistro o negócio. Sabe essas noite que o caba sai sem saber pra quê e acaba virando o bagulho mais surreal? Apois eu tava de bobeira na pensão e desci pra comprar cigarro, não foi nem que o cigarro acabou, eu que fiquei assim, sabe aquela nóia que o cigarro vai acabar de madrugada? Aí enfiei a bermuda, calcei uma havaiana e fui lá no bar de Mirim dar um alô na galera e comprar um maço. Fui só rapidinho, eu nem ia beber nem nada, porque oito da manhã tinha uma entrevista de emprego. Saco esse moído de entrevista, mas fazer o quê, a pensão já atrasou de novo e o véio já tava enchendo o saco. Meu irmão, quando em entro lá quem eu vejo, Carminha minha ex, bêba que só a desgraça, batendo boca com um gordo, o caba puxando ela pelo braço, assim feito dono dela. Eu cheguei, ‘meu irmão, qué que tu tá aprontando aí com a guria’, pois ele já tava alterado, num é que o filadaputa virou logo a mão na minha cara?!  Aí não prestou não, me fiz logo numa cadeira e estiquei o condenado no chão com a cabeça aberta, quis arrastar ela pra calçada já pensando em levar pro quarto e comer, quando eu vejo se levanta dois caba que tava com o caba, vem os dois por cima de mim. Aí foi porrada que comeu e mesa virada, a mulherada gritando e derrubando garrafa e copo, um dos caba me pegou mesmo aqui, olha só como tá, eu perdi o fôlego, véio, foi sinistro. Mas Mirim se atravessou pra apartar, segurou o caba, mas o outro veio por trás, meu irmão, caraio, o caba enterrou uma faca em Mirim mesmo por aqui, lado direito de baixo pra cima, e correu. Nessa hora eu num vi mais nada, quebrei uma garrafa e fui atrás do caba. Ele subiu no beco e a gente subiu atrás, nessa já vinha o irmão de Mirim e mais dois, atrás de mim. Meu irmão, aí foi desgraça muita. O caba se escondeu na casa dum povo, e a gente botou porta e janela abaixo, o povo gritando e a gente tacando a mão preles sair da frente, quando a gente chegou na cozinha o canto mais limpo, o caba saiu pelos fundos. A gente botemo atrás!  Mas aí uns amigos do caba apareceram não sei de onde, e começou a rolar tiro. Um deles me agarrou numa esquina, que azar da porra que eu saí sem calçar minha bota, senão eu tinha afundado os dente do cachorro, mas a bala comeu no beco e nós rolando agarrado. Aí chegou polícia, começou aquele foi-não-foi, levaram a gente pra Nona, eu tive que pedir um celular emprestado e ligado pra Dra. Vívia, aquela do motel. Foi sinistro, véio, tive que recolocar a véia em circulação, maior saia justa mas ela foi firmeza, soltou a gente tudo, e pior, saí dali às 7 da manhã, direto pra entrevista do emprego, sou muito mole, véio, adivinha o resultado.