Neste subgênero do romance policial, o “mistério do quarto
fechado”, uma pessoa é encontrada assassinada dentro de um aposento trancado
por dentro, produzindo um paradoxo: como o assassino pôde entrar, matar e
depois sair?
O especialista deste tema é John Dickson Carr, que também se assinava Carter Dickson, mas ele está presente na obra de autores como Ellery Queen, Agatha Christie, Conan Doyle, G. K. Chesterton, Edgar Wallace e até Ariano Suassuna.
O especialista deste tema é John Dickson Carr, que também se assinava Carter Dickson, mas ele está presente na obra de autores como Ellery Queen, Agatha Christie, Conan Doyle, G. K. Chesterton, Edgar Wallace e até Ariano Suassuna.
J. D. Carr tem um capítulo famoso no romance The Three
Coffins (1935, também publicado como The Hollow Man) em que o detetive, o
dr. Gideon Fell, teoriza diante dos amigos sobre esse problema, com a desculpa
metalinguística de que “aquilo onde eles estão não é a realidade, e sim um
romance de detetive”.
Eu já tinha feito por minha conta (a versão do Dr. Fell é
mais rica e longamente comentada) um resumo das soluções básicas que servem de
ponto de partida para as variantes.
1) O assassino saiu do quarto, fechou-o por fora e deu um
jeito de repor a chave por dentro.
2) O assassino após o crime trancou tudo por dentro e fugiu por uma passagem não conhecida (porta secreta, etc.)
3) Não houve assassinato: a vítima se matou, depois de se trancar, e deixou (voluntariamente ou não) indícios que sugeriam assassinato.
4) O assassino foi um anão, ou animal, ou criança, e passou por uma pequena abertura onde não caberia uma pessoa normal.
5) O assassino após o crime deu um jeito de trancar por fora a porta ou janela por onde saiu, dando a impressão de que ela estava trancada por dentro.
2) O assassino após o crime trancou tudo por dentro e fugiu por uma passagem não conhecida (porta secreta, etc.)
3) Não houve assassinato: a vítima se matou, depois de se trancar, e deixou (voluntariamente ou não) indícios que sugeriam assassinato.
4) O assassino foi um anão, ou animal, ou criança, e passou por uma pequena abertura onde não caberia uma pessoa normal.
5) O assassino após o crime deu um jeito de trancar por fora a porta ou janela por onde saiu, dando a impressão de que ela estava trancada por dentro.
6) A vítima foi ferida fora do quarto, fugiu para dentro dele,
trancou-se, apavorada, temendo que o assassino a alcançasse, e morreu em
seguida.
7) A vítima estava apenas desacordada, e, quando a porta é arrombada, a primeira pessoa que se aproxima do corpo é o criminoso, que só então a fere mortalmente, enquanto grita aos outros que busquem socorro.
8) A vítima foi atingida pelo criminoso de fora para dentro do quarto, sem que ele precisasse entrar.
7) A vítima estava apenas desacordada, e, quando a porta é arrombada, a primeira pessoa que se aproxima do corpo é o criminoso, que só então a fere mortalmente, enquanto grita aos outros que busquem socorro.
8) A vítima foi atingida pelo criminoso de fora para dentro do quarto, sem que ele precisasse entrar.
Há dezenas de antologias e estudos a respeito. O gênero se
torna ainda mais amplo quando se consideram outros tipos de “crime impossível”:
assalto num lugar permanentemente observado por guardas, pessoa morta num chão
de neve sem pegadas, objeto que desaparece de um cofre trancado, tudo que
pareça contradizer tanto a lógica quanto a física.
O estudo Locked Room Murders de Robert Adey (1991) registra 2.019 contos e romances, e descreve brevemente o problema e a solução encontrada em cada um.
O estudo Locked Room Murders de Robert Adey (1991) registra 2.019 contos e romances, e descreve brevemente o problema e a solução encontrada em cada um.