quinta-feira, 22 de outubro de 2009

1310) Milan 2x1 Liverpool (25.5.2007)



Dois anos atrás, Milan e Liverpool fizeram a final da Copa dos Campeões, que eu, pessoalmente, considero o melhor campeonato do mundo, melhor do que qualquer Copa do Mundo disputada por seleções. Mesmo antes da Seleção Brasileira pagar o mico histórico que pagou em 2006, eu já venho achando que os jogadores jogam melhor nos seus clubes europeus do que nas seleções dos seus países de origem. Uns dizem que é falta de patriotismo, outros dizem que é porque o clube paga fortunas e as seleções não pagam tão bem. Prefiro imaginar que o sujeito simplesmente passa 10 meses por ano jogando pelo clube. É uma convivência, é como um casamento, é um modo de vida. A Seleção aparece como uma obrigação periódica que vai tirá-lo do seu ambiente.

Voltando ao tema: em 2005, o Milan botou 3x0 no Liverpool e achou que a taça estava ganha. No segundo tempo, o Liverpool partiu para cima e encostou em 3x3. Nos pênaltis, o time dos Beatles ganhou o título merecidamente. Gerrard, capitão do Liverpool, afirma que na volta do intervalo os jogadores italianos tocaram com a ponta dos dedos na taça, ao retornar para o campo de jogo, o que segundo ele dá um azar danado.

Anteontem, a coisa foi diferente. Num jogo corrido e disputado, mas cheio de ferrolhos e de marcação duríssima, com poucas chances reais de gol, o Milan fez 1x0 no fim do primeiro tempo, numa cobrança de falta que resvalou no corpo do sortudo Inzaghi, que mesmo sem jogar nada foi o herói do jogo. No segundo tempo, os liverpudlianos partiram para cima, tiveram algumas chances, mas Kaká deu um jeito de botar Inzaghi novamente na cara do gol: 2x0. Tudo parecia liquidado quando o Liverpool aos 42 conseguiu um gol de cabeça, que deu emoção e desespero aos minutos finais, mas o jogo acabou com uma vitória merecida do Milan.

Um dos detalhes que acho mais interessantes nessa Copa é o fato de o jogo final ter sua sede marcada antecipadamente, sem que se saiba quem serão as equipes. Na final de 2005, Milan x Liverpool, um clube italiano e um clube inglês, jogaram em Istambul, na Turquia; anteontem, jogaram em Atenas, na Grécia. Ano passado, o Barcelona foi campeão derrotando o time inglês do Arsenal – em Paris.

Os melhores jogadores brasileiros disputam esse campeonato; nossa seleção está todinha ali. Os clubes são verdadeiras seleções internacionais, mesclando europeus, sul-americanos e africanos de grande talento. É o lado bom do grande capitalismo esportivo, num futebol onde, ao contrário do Brasil, os clubes têm estrutura e capital para usarem os empresários de atletas, em vez de serem usados por eles, como acontece com os clubes brasileiros em sua eterna pindaíba. Em vez de seleções nacionais repletas de estrangeiros jogando num país qualquer, temos jogos de ida e volta dos clubes diante de suas torcidas, sendo apenas a final em campo neutro. E durante cerca de seis meses a TV a cabo nos dá a chance de ver o melhor futebol do mundo.

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