segunda-feira, 17 de março de 2008

0278) Numerologia e futebol (10.2.2004)


(Galo da Borborema. Design: Cavani Rosas, 1975)


O futebol tem simetrias que parecem confirmar a Ciência Numerológica. No Fla-Flu realizado dias atrás, o Flamengo abriu o escore, o Fluminense virou para 3x1, e depois o Fla virou de novo para 4x3. Um placar pouco comum, e uma sequência de gols também invulgar (ABBBAAA). Pois três dias depois o Flamengo foi a Maceió enfrentar o CRB pela Copa do Brasil. Desta vez, foi o CRB quem abriu o placar, o Flamengo virou para 3x1, e o CRB virou de novo para 4x3.. Era não só um placar idêntico, como uma sequência de gols idêntica! Quem estragou tudo foi o condenado do Felipe, que não entende as conveniências numerológicas, saiu driblando todo mundo e pôs Diogo na cara do gol para fazer 4x4. Desse jeito fica difícil fazer Ciência!

Na adolescência eu fui o mais supersticioso dos torcedores; o fato de torcer pelo Treze pode ter alguma relação. (Você sabia que “Campina Grande” tem 13 letras? Olhe aí, a prova definitiva!) Me lembro que no campeonato de 1965 o Treze estreou goleando o Cinco de Agosto por 6x1. No segundo jogo, derrotou o Auto Sport por 5x0, e em seguida o Esporte de Patos por 4x0. Como eu sempre anotei essas coisas em cadernetinhas, por precaução (vai que “Seu” Marinho se distrai, e pula um jogo!...), comecei a perceber uma incômoda contagem regressiva. O jogo seguinte foi com o Nacional de Patos, e quando estava 3x0 houve um pênalte a favor do Galo. Respirei aliviado: era o fim do tabu. Aí vai Luís Garapeiro e chuta nas mãos do goleiro!

Nosso jogo seguinte no campeonato seria contra o Botafogo. Ter a garantia de 2 gols marcados me parecia de bom tamanho, mas aí o Galo inventa de fazer dois amistosos ida-e-volta com o Central de Caruaru. Vencemos o primeiro por 2x1, e perdemos o segundo por 1x4. Seguindo a contagem regressiva, isso profetizava que não faríamos gols no Bota. Domingo lindo, tarde de sol, Presidente Vargas repleto, e ali pelo meio do primeiro tempo Marajó comete um pênalte! Festa da torcida trezeana, e quem vai bater é Braga, o canhão do São José – um zagueirão alto, parecido com aquele Rincón que jogou no Corinthians. Pois não é que o sujeito chuta em cima de Zé do Carmo, perde o pênalte, e o jogo acaba 0x0?

Existem leis matemáticas governando os resultados do futebol? Talvez ele não dependa de coisas plebéias como pés e chuteiras. Talvez tenha ligação com uma Tábua de Logaritmos Cósmica, onde estão previstos todos os resultados de todos os jogos de futebol em todos os planetas da Galáxia (ou pelo menos os jogos do Treze, que são os que realmente importam). Se nos debruçarmos com atenção (e um PC de 500 Terabytes) sobre os números obtidos até agora (e mais uma vez remeto o caro leitor aos arquivos de “Seu” Marinho Leite, no bairro de Santo Antonio), seremos capazes de traçar uma função-de-x qualquer que nos garanta, com toda segurança, que o Galo voltará à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Quando isso acontecer, eu acredito em Numerologia.

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