Cap. 1 – De como ele estreou na Antropologia (e ganhou seu
nome de guerra) aos oito anos, ao encontrar no quintal da casa dos pais um
pedaço de osso que ele por algum motivo obscuro levou ao Museu local, e não à
polícia, como 99% das pessoas fariam.
Cap. 2 – De como a exumação de preciosidades virou idéia
fixa do jovem, durante sua graduação no Crato, seu mestrado na USP, seu
doutorado na Sorbonne e sua residência nos trópicos.
Cap. 3 – De como suas boas notas e melhores recomendações
acadêmicas ajudaram a aprovar-lhe uma verba para um safari; e das providências
de ordem prática que tomou.
Cap. 4 – De como um mês depois ele percorria desertos
inacessíveis, a meio caminho entre o país onde Judas perdeu as botas e o lugar
onde o vento faz a curva.
Cap. 5 – De como conduzia consigo abundante ferramental
científico e etnográfico, levado por cinco buanas com caixas na cabeça, andando
ritmadamente, dizendo uga-uga.
Cap. 6 – De como um dia eles cruzaram o leito seco e fundo
de um rio e se depararam com uma paisagem nunca antes vista por um homem
ocidental.
Cap. 7 – De como, ao penetrar nas ruínas ainda habitadas
dessa civilização desconhecida, fotografaram os aborígines, recolheram
manuscritos, encaixotaram relíquias, com Oklahoma James dando ordens e os
buanas obedecendo e dizendo uga-uga.
Cap. 8 – De como estavam todos tão excitados com a
descoberta que erraram o caminho de volta e, marchando na direção errada, foram
dar num deserto pra lá de inóspito.
Cap. 9 – De como Oklahoma James, de tanto dar ordens aos
buanas, se cansou daquela resposta de uga-uga e ordenou que daí em diante a
língua deles fosse balaco-baco.
Cap. 10 – De como chegaram num vale fértil e verdejante,
sendo que nele uma lagoa, e nela uma ilha, e nessa ilha uma revoada de mulheres
de pele branca e macia, trajando véus de musselina, riso brejeiro e nada mais.
Cap. 11 – De como três séculos depois, mercê de um inverno
tão rigoroso que congelou a lagoa, Oklahoma e seus buanas conseguiram fugir
daquele malsinado recanto, roubando canoas e pondo-se rio abaixo numa alucinada
fuga.
Cap. 12 – De como após várias peripécias desembocaram num
porto fluvial onde Oklahoma tinha amigos, com os quais combinou um leilão
imediato do material arqueológico.
Cap. 13 – De como os fregueses locais compraram tudo, e só
lhe bastou recolher a grana e chamar os buanas, balaco-baco, balaco-baco.
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