Quando falamos na possibilidade de surgimento de uma
Inteligência Artificial (e este “nós” implícito inclui escritores de ficção
científica, jornalistas, cientistas, diletantes da ciência) temos a tendência
de personalizar essas inteligências numa figura reconhecível: o robô que
raciocina como ser humano e chega até a se emocionar ou ter problemas éticos; o
computador capaz de dialogar conosco, dar conselhos, tomar decisões; o software
capaz de psicanalisar um paciente de carne e osso; etc. No entanto, pode ser que essa inteligência
não tenha como modelo o cérebro humano, e sim a colmeia de insetos, o
formigueiro de funções especializadas. Máquinas diferentes exercerão funções
diferentes numa Gestalt que para elas é um ponto pacífico, algo cuja existência
ou necessidade nem sequer se discute; e que nós, humanos, só perceberemos de
maneira indireta, caótica, desesperada.
Ela estará administrando, invisível e não-localizada, a nossa vida; e
não saberemos qual a tomada que deve ser puxada para desligar essa força.
Marc Andreessen é o criador do Mosaic e do Netscape, os
primeiros browsers de viajar na Web. Falando sobre seus projetos atuais com a
“Nuvem” (o conjunto de processos e aplicativos na Web, uma espécie de
banco-de-dados e CPU de todo mundo), à revista Wired, ele comentou: “Nossa
idéia era deixar o processo de computação fora da máquina do usuário, sendo
realizada na rede. É algo inerente à tecnologia, é o que alguns pensadores
chamam de ‘imperativo tecnológico’. É como se a tecnologia quisesse que aquilo
acontecesse”.
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