1
Na
Austrália setentrional pode ser encontrado, com o auxílio de guias aborígines, um
roedor chamado por eles de niawohl
(pronúncia: “ni-Á-wohl”) e que os colonos ingleses acostumaram-se a chamar de open-hand (“mão aberta”). Trata-se de um
tipo raro de aracnídeo, de seis patas, e sua aparência lembra uma mão peluda
que se movimenta com surpreendente rapidez e agilidade. O animal alimenta-se de
cascas de árvores e de pequenos insetos. É sensível à luz solar mas precisa de
calor, de modo que muitas vezes é encontrado nas proximidades de fogueiras,
fornos, caieiras, etc. É inofensivo aos seres humanos, a não ser quando
atacado, o que acontece às vezes pelo seu hábito de se aconchegar a pessoas
adormecidas, em busca de calor corporal.
2
O
passarinho-bêrde é uma ave esquiva, com plumagem esverdeada de uma coloração
uniforme e inconfundível que se estende até o bico e as patas. Como tem muitos predadores,
é um alvo preferencial dos observadores de pássaros e dos fotógrafos, que
muitas vezes passam dias no campo à espera de um avistamento. Tido como sinal
de boa sorte pelas populações rurais, é uma espécie considerada “vulnerável”
pelas entidades ambientais, e tem seus habitats mais típicos na Península
Ibérica e nas Ilhas Britânicas.
3
A
cobra-bainha pode ser encontrada em certas áreas do Brejo paraibano, e da
região vizinha do Curimataú. É um réptil típico de regiões úmidas, férteis,
abundantes em pequenos roedores que são seu alimento principal. O aspecto mais
curioso dessas serpentes é que quando mudam de pele elas, ao contrário de
outras espécies, não abandonam a pele antiga, mas a guardam cuidadosamente
dentro de suas tocas ou de seus abrigos. Quando ameaçadas ou sentindo-se em
perigo, as cobras-bainhas voltam a se enfiar no interior da pele velha e ali se
mantém imóveis. Segundo os zoólogos, é um mecanismo instintivo de camuflagem e
auto-proteção, que torna esta espécie bastante distinta de outras que, mal
saídas da pele antiga, se dedicam a devorá-la.
4
O
lagarto come-lixo, espécie nativa da Guatemala, apesar de tecnicamente ser um
lagarto tem o corpo rotundo e a pele rajada de um sapo, além de uma boca
descomunal munida de dentes serrilhados. Animal de hábitos soturnos e
introspectivos, prefere manter-se imóvel por longos períodos de tempo, desde
que haja alguém para alimentá-lo. Em vista disso, as populações rurais costumam
criar um ou dois deles no fundo do quintal, em curraizinhos feitos com troncos
de bananeira, e todo o lixo produzido na casa é levado para os lagartos, que o
devoram imediatamente. São capazes de comer (além de restos de refeições,
cascas de fruta, etc.) pano, papel, plástico, alguns tipos leves de madeira. Tê-los
em casa é uma maneira prática de se livrar do lixo doméstico, mas por outro
lado é preciso produzir esse lixo constantemente, pois com apenas algumas horas
de jejum os come-lixo se inquietam e manifestam a tendência de invadir a casa, mastigando
tudo que lhes aparecer pela frente.
5
A
buba é um peixe típico do Oceano Índico, com tamanho médio de trinta
centímetros e carne saborosa. Seu traço característico é uma bolha inflável,
uma espécie de air-bag orgânico que ela
conduz, dobrada e oculta, junto à cauda. Ao se sentir perseguida por um
predador, ela começa a inflar essa bolha, cuja face interior é percorrida por
uma complexa rede de vasos sebáceos, que se dilatam e pulsam quando estimulados,
fazendo a bolha aumentar muito de tamanho e adquirir a aparência de uma posta
de carne suculenta. Quando o predador crava ali os dentes, eles ficam presos à
gosma pegajosa secretada por aqueles vasos, e não consegue nem mastigar nem
libertar a boca. A buba, cujo corpo é longo e flexível como o de uma enguia,
volta-se sobre si mesma e ataca a cabeça do predador com seus dentes longos e
pontiagudos, do tamanho de alfinetes.
6
O
gambaju é um artrópode encontradiço na ilha de Madagascar, tendo seu habitat
preferido entre ruínas e encostas pedregosas. A principal curiosidade a seu
respeito é o seu modo único de crescimento. Seu corpo é dividido, como ocorre
com as centopeias, em cabeça e vários segmentos mais compridos, alguns deles
com um par de pernas, outros com dois. Ele cresce a partir da parte posterior
da cabeça, que periodicamente começa a emitir um pedúnculo mais fino (chamado
“pescoço” por alguns), o qual gradativamente adquire uma cobertura quitinosa
protetora. Enquanto isto, o último segmento começa a ficar opaco, descolorido,
quebradiço, e por fim resseca e se desprende espontaneamente do corpo, quando o
novo segmento junto à cabeça adquire a maturidade.
Um comentário:
Munto bão, Braulio, quase fui guglar uns bichos!
Pena que Darwin não tinha uma imaginação como a sua hehe.
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