Se você se avizinhasse de uma banca de revistas cinquenta
anos atrás, perceberia, além da ausência de DVDs-de-brinde e de revistas pornô,
a presença de uma miríade de livrinhos de bolso para vender. Os anos 1960 foram
a Pocket Revolution, iniciada aqui, pelo que me consta, com as “Edições de
Ouro” da TecnoPrint, com suas séries famosas de literatura de gênero:
Futurâmica, Terror, Policial, Criminal, Aventuras... Logo surgiram séries dos
grandes mestres: Agatha Christie, Erle Stanley Gardner, Ellery Queen, Rex
Stout, e detetives de grande sucesso popular como Shell Scott, Chester Drum,
Mike Shayne, Al Wheeler... Todos saíram às dúzias pelas “Edições de Ouro”.
Mas não eram os únicos. Nos sebos achamos remanescentes
dessa fase em que o livrinho de bolso reinou soberano na jângal da literatura
barata. Não dá para saber até que ponto eram mal escritos ou mal
traduzidos. No caso da FC, eram a pulp
fiction norte-americana no que ela tem de mais melodrama, mais clichê, mais
invencionice bizarra. Livros com
títulos como Zym domina o mundo, Homens-monstros do espaço, Os vespões de
ouro, O terror da sexta lua... De vez em quando um deles era um clássico,
de autor famoso, e a gente só ficou sabendo 20 anos depois.
Nos EUA, as revistas tinham sido o refúgio e a estufa
protetora dessa literatura nos anos 1920-30-40. A partir da década de 1950, os
pulp magazines, lá, começaram a ser substituídos pelos livros de bolso. Uma banca de revistas podia exibir uns vinte
exemplares simultâneos com histórias de Lester Dent, Hugh B. Cave, autores que
sob o pretexto geral de “aventura” passeavam pela FC e pela fantasia, ou se concentravam
num gênero, como foi o faroeste para Zane Grey, Louis L´Amour, Max Brand.
Um comentário:
De acôrdo!
Postar um comentário