terça-feira, 5 de abril de 2011

2522) Triscaidecofilia (5.4.2011)



Na verdade, existem dois termos, antônimos e simétricos. Os dicionários registram apenas “triscaidecofobia”, que é “horror ao número 13”. A lógica me diz que existe também o seu inverso, o amor por esse número: triscaidecofilia. Essa crença tem origens culturais que às vezes vale a pena pesquisar. Os norte-americanos, por exemplo, padecem de ambas as condições. A História dos EUA registra que foram 13 as colônias que se rebelaram contra a Inglaterra; daí que este número apareça de forma discreta (só vê quem tem a paciência de ficar contando) nos símbolos nacionais: são 13 faixas na bandeira e 13 flechas nas garras da águia, símbolo nacional. Por outro lado, nos EUA são muitos os edifícios que não usam 13o. andar, por acharem que não é propício. Passa-se direto do 12 para o 14. O que coloca um interessante problema prático: é o nome “décimo-terceiro” que dá azar, ou é a posição?

Dizem que na cultura hindu o 13 é um número benéfico. Eles creem que quando uma pessoa morre sua alma leva doze dias para alcançar o mundo dos ancestrais, e no décimo-terceiro dia após a morte a família pode voltar a cuidar de sua vida, sossegada, porque o morto a essa altura já terá alcançado o seu destino. Já na Inglaterra, conta-se que antigamente havia uma penalidade para comerciantes que burlassem os consumidores, e como havia o hábito de se comprar os pães por dúzia, os padeiros começaram a introduzir às vezes um pão a mais, para o caso de terem errado a conta. Daí eles começaram a espalhar a lenda de que 13 dava azar, e com isto os fregueses devolviam o décimo-terceiro pão quando o encontravam. Este costume teria dado origem ao termo inglês “baker’s dozen” (dúzia de padeiro) para designar o treze.

Algumas superstições estão ligadas a fatos históricos. Assim como na Última Ceia havia treze pessoas (e uma delas, Cristo, morreu logo a seguir), diz-se que a origem da má fama da sexta-feira 13 é o fato de que foi numa data assim que os cavaleiros Templários foram presos e massacrados na França, em 13 de outubro de 1307 (o ano também deve ter pesado). Também se diz que essa má fama foi criada e alimentada em parte pela Igreja Católica para combater as religiões pagãs, pelo fato de que um ano solar contém treze meses lunares, e era pelo ciclo lunar que os pagãos se orientavam, o que fazia do 13 um número básico de sua cultura.

A verdade é que o 13 é um desequilíbrio no 12. O número 12 é considerado um número simetricamente complexo. Ele é divisível por 2, por 3, por 4 e por 6. Um número flexível, cooptável, que se ajusta a qualquer contagem. Temos os 12 meses, os 12 signos do Zodíaco, e assim por diante. Basta, porém, somar mais uma unidade e surge o 13, um número primo, que só é redutível a si mesmo e à unidade, um número orgulhoso, indivisível – um indivíduo. A admiração pelo 13 é em grande medida a nossa admiração pelos seres de personalidade única e inimitável, que não abrem nem prum trem.

4 comentários:

Diogo (Nógue) Nogueira disse...

Muito interessante esse artigo sobre o numero 13, eu me enquadro nos triscaidecofiliacos, e inclusive tenho alguns projetos engavetados com o tema.
Uma sugestão para um próximo artigo do gênero poderia ser a combinação entre as cores Preto&Vermelho, também cercada de simbolismos e pesos psicológicos.

abraço.

Anônimo disse...

Olá. Fiz um quadro sobre a musica: Marco Marciano, já que Lenine deve ta procurando Perseu, pensei em Entregaloteu. ;D como faz?

jatahah!assunção disse...

No futebol sou campinense. Na nume rologia, trezeano de morrer (ops!)

Anônimo disse...

Eu costumo nem ver essa porcaria de 13.
Vou ver os comentários se tiver tempo.
Na verdade o treze só nós trouce proplemas, corrupçóes dentre outros. Preste atençao, onde.tem 13 tem coisa errada. Isso é a verdade.