domingo, 31 de agosto de 2008

0535) O assassinato de Lee Oswald (5.12.2004)



Na cidade de Dallas (Texas) foi aberta uma exposição intitulada “Jack Ruby: Voices from History”, dedicada à elusiva e contraditória figura do sujeito que matou a tiros Lee Oswald, o suposto assassino de John Kennedy, em 1963. A verdadeira história do assassinato de Kennedy talvez nunca seja contada, embora fragmentos da verdade estejam espalhados pelas centenas de livros e filmes já produzidos sobre o assunto. Ruby e Oswald, protagonistas do atentado mais caótico do século 20, são personagens que hão de ser investigados para sempre, sem que se saiba com certeza quais as suas motivações.

Eu tenho uma teoria. (Sempre tenho uma teoria. Dêem-me dez minutos, e eu produzo, sobre qualquer tema, uma teoria tão redonda quanto uma sextilha de Pinto do Monteiro.) Para mim, não há dúvida de que houve uma conspiração para matar Kennedy; de que Lee Oswald era um dos instrumentos desta conspiração; de que tudo foi organizado para fazer parecer que Lee Oswald era o único atirador. A tese conhecida como “Oswald Agiu Sozinho” é a parte mais mirabolante e implausível de todas as discussões sobre Kennedy.

Kennedy era odiado pela direita conservadora, pelos fundamentalistas cristãos (que não engoliam um presidente católico, o primeiro da História), e desprezado pelas elites “rednecks” e rurais que o viam (com bastante realismo, aliás) como um sujeito vaidoso, mulherengo, metido a aristocrata, populista, pertencente a uma elite de galãs arrogantes que vivem com um pé na política e outro na mídia. Tramaram sua morte, e deu tudo certo. Aí apareceu Jack Ruby.

Houve um histórico Treze x Campinense, em 24 de novembro de 1974, onde (reza a lenda) as diretorias combinaram um empate. Seria bom para ambos: o Treze seria praticamente campeão do último turno, iria para a decisão com o Campinense, que entraria com vantagem, por ter ganho os turnos anteriores. Todo mundo combinou, mas esqueceram de avisar para Marcos de Itabaiana, um crioulo parecido com Viola (ex-Corinthians, ex-Vasco). Faltando dez minutos para terminar, Gil Silva (meio-campista, canhoto, craque, de estilo semelhante ao de Felipe, do Flamengo) enfiou uma bola entre os zagueiros do Campinense, Marcos entrou como um miúra, e fez o gol da vitória. Os jogadores do Campinense se revoltaram e alguém quebrou o nariz dele com um soco. Naquela noite, durante a comemoração, fomos, um grupo de 8 ou 10, visitá-lo no Hospital Antonio Targino.

Jack Ruby foi o Marcos-de-Itabaiana do assassinato de Kennedy. Estava tudo combinado, inclusive os depoimentos pseudo-verdadeiros que Lee Oswald, um bode expiatório cevado durante anos, daria ao FBI e aos tribunais. Todo mundo combinou, mas esqueceram de avisar a Jack Ruby, um sujeito que vivia de pequenos golpes e que, como todo americano, sonhava com notoriedade e manchetes. Ruby surgiu do nada para turvar águas que já eram turvas. Foi aquele elemento aleatório que nem mesmo o crime mais perfeito consegue prever.

Um comentário:

marco navarro disse...

SENSACIONAL!