Recebi
(não, desta vez não é piada) uma circular eletrônica enaltecendo a utilidade do
Quarto do Pânico, e me propondo uma avaliação sem compromisso. Para quem não
sabe, o nome desse produto vem do filme com Jodie Foster, em que ela e a
filhinha se trancam nesse cômodo para escapar de ladrões que invadem sua
casa. Por causa do filme, o nome pegou,
o que aliás não acho muito bom em termos de marketing – deviam chamar de
“Quarto Salva Vidas”, “Quarto de Segurança”, algo com um astral mais
positivo. O tal cômodo é um aposento
blindado, no interior da casa, onde os moradores podem se refugiar e se trancar
por dentro na hipótese de um assalto. O
quarto tem blindagem para resistir até a armas de fogo pesadas. Tem energia com “No Break”, independente do
resto da casa. Tem câmaras que
monitoram as partes internas e externas da casa, para que a família, ao se
esconder ali, possa ver o que está acontecendo à sua volta. Tem linhas de comunicação (rádio, celular,
etc.) com várias alternativas para pedidos de socorro à polícia, aos vizinhos
ou a uma empresa de segurança previamente contratada. Tem oxigênio, água, comida, tudo que as pessoas possam precisar
para passar um tempo razoavelmente longo até que os assaltantes desistam ou o
socorro apareça.
A
instalação (é cara, viu?) geralmente aproveita um espaço já existente (closet,
banheiro, etc.) que não perde a utilidade no dia-a-dia normal, mas fica
acessível para que as pessoas cheguem rapidamente a ele, se fechem por dentro,
e acionem o socorro. O Quarto do Pânico é a versão contemporâneo dos abrigos
nucleares dos anos 1950-60, quando, principalmente nos EUA, havia o pânico de
uma guerra atômica. Muita gente cavou porões e os equipou com ar condicionado,
água, mantimentos, gerador de eletricidade, etc., para se esconder em caso de
guerra. Devia haver condições suficientes para que a família esperasse a queda
dos níveis de radioatividade lá fora (meses? anos? não sei). Bob Dylan fez uma canção famosa ironizando
esse medo, “Let Me Die In My Footsteps”.
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