quinta-feira, 26 de maio de 2011

2566) “A Nuvem de Hoje” (26.5.2011)



Desde que comecei estas colunas diárias no “Jornal da Paraíba” as pessoas passaram a me perguntar quando eu começaria a reuni-las em livro. Até parece que os textos jornalísticos existem não para serem lidos hoje no jornal, mas daqui a anos num livro! De qualquer modo, sempre tomei isso como uma demonstração de otimismo da parte dos meus leitores, e quem sou eu para questionar leitores, principalmente quando eles dizem que gostaram?

Fiz alguns projetos de recolha de textos, e se bem me lembro o primeiro deles, que nunca virou livro, intitulava-se 243 e reunia os 243 textos publicados em 2003, o ano em que começou minha participação no jornal. Não havia seleção – eram todos os artigos daquele ano, por ordem de publicação, encerrando-se com o do dia 31 de dezembro. Razões variadas impediram que essa possível obra-prima viesse à luz. Daí minha iniciativa em chamá-la de possível obra-prima. Uma vez que dorme para sempre no Limbo dos Obscuros, nem o mais pessimista leitor poderá questionar meu julgamento.

Toda esta lenga-lenga é para avisar que agora, sim, saiu a primeira recolha destes artigos em forma de livro, em forma de algo não cai que se posto de pé sobre uma mesa, algo que o vento só leva se estiver levando também as mesas e cadeiras em volta. Devo esta publicação a Cidoval Sousa, diretor da Editora da Universidade Estadual da Paraíba, que me fez a proposta e acatou minha sugestão de que, ao invés de uma edição gigantesca, com centenas de artigos, fosse um livro simples, pequeno, barato, indo direto ao ponto. Um livro que pudesse ser comprado por (olha a redundância!) um estudante liso.

O livro chama-se A Nuvem de Hoje, já teve lançamentos em Boqueirão e Campina Grande, e está sendo lançado em João Pessoa hoje à noite, na livraria do Zarinha Centro de Cultura, à Avenida Nego, 140, Tambaú. O título alude ao fato de que os artigos de jornal são como nuvens, visíveis aos olhos de todo, mas que vão embora depressa. Cada dia o colunista tem a obrigação de produzir uma nuvem para ser vista através da janela do jornal.

Como sabem muitos leitores, todo esses material (mais de 2.500 artigos até agora) está acessível em meu blog Mundo Fantasmo, onde há inclusive a possibilidade de fazer buscas por assunto (com palavras-chave como “Treze”, “campeão”, etc.). O livro, contudo, tem lá as suas conveniências, entre elas a portabilidade, a não-dependência de energia elétrica, etc. Posso aduzir mais uma: a seleção de artigos para um livro cria uma justaposição única de textos, principalmente quando a base de dados é ampla e variada. A Nuvem de Hoje dá maior relevância (por ser um livro pensado para o estudante paraibano) a assuntos que envolvem Campina Grande, a Paraíba, o Nordeste, embora não se limite a isto. Pode se tornar (e aí depende do uso que dele for feito) um útil livro paradidático para discutir os assuntos da nossa terra. Se isto acontecer, considero-me pago.