domingo, 21 de agosto de 2011

2641) Contracapa de mouse (21.8.2011)



& escravas brancas negociadas no câmbio negro & aquilo ali é um caso claro de motor possante e parafusos frouxos & tem casos em que a culpa é toda da vítima, o criminoso foi mero instrumento & um urso polar e um pinguim se olhando com desconfiança e pasmo & ainda vamos ver esportistas radicais surfando em lava de vulcão & ah se a cabeça da gente tivesse um antivírus de bloquear besteira & ainda não sei por que é que homem usa guarda-chuva e mulher usa guarda-sol & lutar contra o Destino é confirmá-lo; não lutar, também & passar do canibalismo à escravocracia é também uma maneira de evoluir & belo como o encontro fortuito entre um paraquedas e uma guitarra elétrica em cima de uma ilha de edição & a Contracultura faz com a Cultura o que o uísque faz com o gelo & só durmo com colete salvavidas, nunca se sabe & aos quinze anos fui abduzido por um grupo de alienígenas iguaizinhas a Barbarella & as mulheres supersticiosas não dispensam um pinguim na geladeira, um gnomo no jardim e um marido no sofá & a Terra não passa de uma moeda que levou um piparote de Deus e virou esfera & o destino de todo ser complexo é evoluir até tornar-se um ponto geométrico & um livro impresso é túmulo e sobrevida, é lápide de si mesmo e trampolim de megapossibilidades & a primeira máscara foi a careta, a segunda o sorriso & um rio tentando empurrar o oceano para trás & uma tribo habitando uma piscina vazia & as represas nada mais são do que um cofre de guardar correntezas & quanto mais o princípio é principesco, mais grotesco é o final & troquei minha bolsa de estudos por uma mochila & já bebi tanto café na vida que depois de morrer ainda vou passar uns dez anos acordado & uma lâmpada com uma vela acesa dentro & as folhinhas do calendário estão passando rápidas como fotogramas & quando o Governo começa a usar isqueiro para acender fósforo tem alguma coisa errada & ele é violão mas pensa que é guitarra & idéias e emoções são analógicas, linguagem é digital & um mágico tão seguro de si que usava como assistente uma sexagenária gorda & a água se evapora, se condensa, chove, se evapora, lavando a si mesma & só existe o demais porque existe o limite & é possível saber algo sobre um texto eliminando todas as palavras e deixando apenas a pontuação & canção para ninar robôs & ando me sentindo tão fantasmagórico que ontem caí através da cama & se eu fosse contar tudo ia ser um livro mais grosso do que alto & o eclipse do relâmpago & é típico das civilizações que sua autodestruição coincida com seu melhor momento & um anão subindo nos ombros de um gigante e contando a ele o que há por trás do muro & seria tão bom se já vendessem os chapéus com um cérebro dentro & escrever é construir uma ponte enquanto se avança por ela & dentro da gente existe algo que é uma mistura de monstro, motor e bomba-relógio & seja bailarina e eu serei tablado &