quinta-feira, 8 de julho de 2010

2244) Respeita o Galo, galera (18.5.2010)



Time campeão com a melhor campanha, maior número de vitórias, menor número de derrotas, ataque mais positivo, defesa menos vazada. É o Barcelona de Messi? Não, é o Treze de Vavá. Não acompanhei o campeonato porque moro longe; a última vez que vi o Galo ser campeão, no estádio, foi em 2005. Mas a vitória é a mesma e me deixa numa situação engraçada, de ter o que comemorar sem que as pessoas à minha volta saibam do que se trata. Como aquele gaúcho que, quando o Grêmio foi campeão do mundo em Tóquio (aquele time de Valdir Espinosa e Renato Gaúcho) soltou meia dúzia de foguetões da janela do apartamento onde morava. Detalhe: no coração de Manhattan. Detalhe: eram 3 da madrugada.

O Treze e o futebol paraibano vivem nessas subidas e descidas periódicas, de vez em quando um deles dá as caras na série C do Brasileiro, ou mesmo na série B como ocorreu ano passado com o Campinense. Em geral não se dão bem. Falta dinheiro, falta estrutura, falta planejamento e mão firme; falta isto que quase sempre faltou e que só de longe em longe algum dos nossos clubes consegue ter. Fala-se nos times, mas sabemos que é difícil segurar um time campeão, quando é um time realmente bom. O desmanche é inevitável, porque os jogadores querem jogar em clubes maiores, com bons salários. Nessas horas, não faz muita diferença se é o Treze ou o Campinense que perdem jogadores para o Corinthians ou o Flamengo, ou se são Corinthians e Flamengo que os perdem para o futebol europeu. A força gravitacional é a mesma, a dos centros maiores e dos contratos mais vantajosos.

Mais difícil e mais necessário do que segurar um time é estruturar um clube, é manter-se em condições de faturar em cima do próprio sucesso, e poder vender um talento porque já dispõe de dois ou três na linha de montagem, vindo das divisões de base (quando há) ou de clubes menores. Os times da Paraíba não conseguem segurar jogadores. Tá aí uma boa questão – considerando-se apenas os três grandes (Treze, Campinense e Botafogo) qual é o jogador, nesses três, que atua há mais tempo, continuamente, sem ter deixado o clube? Meu palpite é que é difícil achar um jogador que passe cinco anos num dos nossos times – em times de Rio e São Paulo, você acha.

Eu sou um cara cético, mas dentro do mundo do futebol, que é irracional por natureza, sou supersticioso e cheio de premonições. A vitória do Galo me deixa otimista com a Seleção de Dunga! Um ano em que o Treze é campeão não pode terminar de outra maneira senão com a nossa Seleção ganhando a Copa do Mundo. Sei que a que “eles” nos prometeram é a próxima, se concordarmos em entregar esta; mas, o que custa sonhar? Enfim – o Treze ganhou, e ganhou bem, os números que vi são indiscutíveis. Foi o time mais bem classificado na primeira fase, e no quadrangular final só perdeu um jogo. Desse jeito, vamos entrar na série C arrebentando! O resto do Brasil que se cuide! Dá-lhe, Galo!

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