quinta-feira, 29 de abril de 2010
1968) Bafana Bafana (30.6.2009)
A simpática seleção da África do Sul, comandada por Joel Santana, deu um calor no Brasil na partida semi-final da Copa das Confederações. Só nos classificamos nos últimos minutos, com um gol de falta de Daniel Alves , num desfecho que foi uma ameaça à condição cardíaca de qualquer torcedor. Há rumores de que Michael Jackson estava vendo esse jogo e não resistiu à emoção. Os Bafana Bafana (apelido que significa “os meninos”) mostraram as qualidades e os defeitos de qualquer seleção da África. Nunca isso foi tão claro quanto na decisão do terceiro lugar, quando perderam para a Espanha, num jogo que bastava ter um pouco de malícia e experiência para ter ganho por 1x0.
Já o Brasil, no jogo final, enfrentou a zebra dos EUA, que surpreendeu a Espanha e veio para cima do Brasil com um esquema bem montado, jogadores aplicados e velozes, com certa habilidade. Se os EUA continuarem investindo no “soccer”, talvez nunca cheguem a ter um time que se equipare a Espanha ou Itália, mas nada impede que, ao seu estilo atlético, batalhador, com muita aplicação tática, possam vir a ter no futuro equipes comparáveis a certas boas seleções que Alemanha ou Inglaterra já tiveram.
Os ianques botaram 2x0 no 1º. tempo e foram para o vestiário já mascando o chiclete da vitória. Do jeito que sabem se defender – provaram isso contra a Espanha – não era difícil que conseguissem bloquear o ataque brasileiro por mais 45 minutos e saíssem dali com a taça. O destino foi cruel com o time americano. Fê-los provar as altitudes inebriantes do triunfo, apenas para jogá-los de volta no vale das lamentações.
Os 2x0 no 1º. tempo não foram justos – o Brasil dominava o jogo, finalizava mais, só que tomou dois gols por descuido. O que nos salvou, além da mexida que Dunga fez no intervalo, foi o gol de Luís Fabiano com um minuto do 2º. tempo. Reduzindo a vantagem do adversário para um gol, ele permitiu que o Brasil se acalmasse, visse o empate como um objetivo alcançável a curto prazo, e a vitória idem um pouco mais adiante. Se esse primeiro gol só tivesse saído aos 20 minutos, não sei se seria a mesma coisa.
Fabiano fez o segundo, e tiro o chapéu para ele. Não o considero um grande jogador, não é um dos melhores atacantes brasileiros da atualidade, mas bem ou mal é ele quem tem feito gols decisivos para a Seleção de Dunga. Tem estrela, está vivendo o momento certo no lugar certo, e quando isso acontece, meu amigo, melhor deixar dez ronaldos no banco. Jogador que está dando certo é titular absoluto.
Lúcio fez o gol da vitória na única bola cruzada pelo alto que resultou numa cabeçada rumo ao gol. No segundo tempo, o Brasil não foi tecnicamente brilhante mas fez o que todo time grande tem obrigação de fazer quando decide um título com um adversário mais fraco: ir para cima, se impor, martelar, pressionar, jogar com autoridade, aplicação, e, principalmente, ousadia. Ah, se já estivéssemos em 2010! Mas daqui a um ano muita coisa pode mudar.
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