terça-feira, 20 de junho de 2017

4245) Eu me lembro 11 (20.6.2017)



Eu me lembro da campanha eleitoral para a Prefeitura de Campina, entre Newton Rique e Severino Cabral, em que os partidários de Newton chamavam Cabral de “Pé de Chumbo”, porque ele era popular e grosseirão, e os cabralistas chamavam Newton de “Mão de Seda”, porque ele era rico e granfino. E o programa de rádio de Newton usava como característica a música “Pé de Anjo” de Sinhô (aquela que dizia: “Tens o pé tão grande, o pé tão grande, que és capaz de pisar nosso senhor”).

Eu me lembro (até porque nos arquivos da família ficou uma foto desse dia) de alguma comemoração ou festa que houve no campo do Paulistano (na av. Assis Chateaubriand, onde hoje se ergue um hipermercado ou coisa parecida) num dia de sol inclemente, e eu devia ter uns 8 anos e estava tomando guaraná, e meu pai tomava cerveja, e eu de brincadeira pedi para provar, ele me deixou tomar um gole, era uma coisa amarga que parecia remédio, e eu disse: “Que negócio ruim danado, nunca mais eu bebo isso”.

Eu me lembro que antes dos desfiles do 7 de setembro os colégios costumavam ensaiar, ou seja, num dia qualquer de agosto o Alfredo Dantas inteiro ia para o meio da rua, interrompia o trânsito, se organizava nuns 10 ou 12 pelotões, descia marchando, com banda e tudo, pela Praça da Bandeira, Irineu Joffily, dava a volta ao Açude Velho, subia pela Vila Nova da Rainha, pegava a Vidal de Negreiros e voltava; todo mundo gostava porque nesse dia só tinha a primeira aula, e depois do ensaio todo mundo era liberado para ir pra casa.

Eu me lembro de uma vez em que meu pai me levou para ver um filme de aventuras no Cine Babilônia, entramos, assistimos os trailers, e na hora do filme começar as luzes se acenderam e veio um funcionário falar com meu pai, dizendo que como eu tinha menos de 10 anos não podia assistir o filme, que era proibido para menores dessa idade. Houve uma certa argumentação, mas acabamos saindo, subimos para o Capitólio e assistimos o filme de lá, que já tinha começado quando entramos. Não lembro mais quais eram os filmes.

Eu me lembro de uma vez em que, voltando do Colégio Estadual à noite, no ônibus da Prata, a gente fez tanta bagunça dentro do ônibus que em vez de rodear a Praça da Bandeira e parar no ponto final, junto ao Correio, o motorista, furioso, subiu a Floriano Peixoto inteira e largou a gente diante da Delegacia, que naquele tempo ficava em frente à Catedral.

Eu me lembro que uma vez, quando eu trabalhava no Diário da Borborema, foi uma senhora lá na redação. Ela precisava (para anexar a um processo trabalhista ou algo assim) de um exemplar do jornal, de 4 ou 5 anos atrás. Aí ela foi encomendar ao editor que se reimprimisse um exemplar inteiro do jornal, para ela. O editor mandou buscar um jornal no arquivo (jornais mais recentes tinham cópias erxcedentes guardadas, justamente para isso) e deu a ela. Aí virou para a gente e disse: “Vejam como é a idéia que o público tem do que é a impressão de um jornal”.

Eu me lembro que numa noite no final de 1968 eu fui à casa de Jakson e Marcos Agra para me encontrar com meus amigos Marcelo, Sérgio e Bolívar, da banda Os Sebomatos, que queriam conversar comigo. Eles me chamaram para tocar na banda, que entre outras coisas fazia cover dos Beatles. Eu falei que ia pensar, porque na época era presidente do Cineclube de Campina Grande e não sabia se dava para acumular as duas coisas. Voltei para casa, já tarde da noite, liguei o rádio e soube que acabava de ser promulgado o Ato Institucional no. 5. Eu pensei: “O Cineclube vai ser fechado. Eu vou é tocar na banda”. Dito e feito.









Um comentário:

Jeferson disse...

Provavelmente o motorista da marinete de seu Genésio era Taba-lascada.