(foto: Sebastian Niedlich)
Um fato insólito ocorreu mês passado no Laboratório de
Biologia Marinha da cidade de Devon, na Inglaterra. Uma assistente do laboratório,
Diana Rubin, 28 anos, estranhou o fato de que, ao abrir a porta às 6 da manhã
(ela era geralmente a primeira a chegar, para controlar os índices de um dos
trabalhos que estava pesquisando) encontrou o chão molhado e percebeu a
ausência de peixes ou crustáceos de um dos vários tanques de espécimens que
ficavam numa extremidade do salão. As escrivaninhas, o material de escrita, os
arquivos, tudo o mais estava intacto. Quando o fato se repetiu, câmeras de
segurança foram instaladas, enquadrando inclusive as portas e janelas. A luz
foi deixada acesa. Certo dia, checando as imagens ao chegar, Diana teve um
susto.
Numa das laterais do laboratório havia um grande tanque, com
um polvo dentro. O tanque era fechado por uma tampa circular metálica, de
rosca. Mesmo à distância, foi possível perceber que a certa hora da madrugada,
o polvo se aproximou da tampa, por dentro, aplicou as ventosas dos tentáculos à
superfície interna da tampa, desenroscou-a, continuou a segurá-la com um
tentáculo e esgueirou-se pela abertura de uns trinta centímetros de diâmetro,
forçando para fora seu corpo esponjoso, borrachudo, cheio de cartilagens.
Deslizou para o chão, deixando um rastro molhado, foi até um tanque aberto,
recolheu alguns peixes, trouxe-os consigo, escalou o tanque, voltou para dentro
dágua, voltou a enroscar a tampa pelo lado de dentro e fez sua refeição. Tudo
não durou mais que dois ou três minutos.
Diana Rubin pediu providências. A direção do laboratório a
ignorou. (Ela era uma bolsista recém-chegada do interior, não tinha amigos
influentes.) Os colegas a quem denunciou o fato riram-se dela, recusaram-se a
ver as gravações. Durante dois dias, Diana falou com meia dúzia de cientistas,
e o único que concordou em ver as imagens disse que eram de má qualidade, que
aquilo só seria aceitável se fosse filmado de perto, com uma câmara digital de
boa definição. Brincando, sugeriu que se ela provasse o que dizia conseguiria
uma promoção e um aumento.
2 comentários:
Mestre Bráulio, você é O CARA!
Ducaraio!
Postar um comentário