"Listar as obras da optical art ou da chromo-art influenciadas por este clássico da instalação conceitual seria uma tarefa exaustiva. O uso de fenômenos ópticos para produzir efeitos estéticos tem uma longa tradição, e a instalação (de âmbito planetário) conhecida como Arco-Íris tem sido apontada por historiadores da Arte como matriz de muitas tendências atuais.
"O artista (anônimo) soube se cercar de precauções para garantir que haveria em sua obra um grau acentuado de (im)previsibilidade. De fato, todos sabemos em que circunstâncias será mais provável o avistamento de um Arco-Íris; mas nunca sabemos o momento exato em que ocorrerá, nem em que ponto deveremos nos postar por antecipação, na expectativa de vê-lo.
"Esta hesitação entre o certo e o incerto traz uma imprevisibilidade quântica à Instalação. Faz-nos retroagir à descoberta da decomposição da luz solar através do prisma, por Isaac Newton. Leva-nos em seguida a refletir sobre o conflito entre a teoria corpuscular da Luz e a teoria ondulatória. E no espaço de alguns segundos, através daquela refração colorida, o que se desdobra aos nossos olhos, mais do que um simples leque de vibrações coloridas, é a rarefação do conceito de matéria e energia ao longo dos últimos 500 anos.
"O artista também preparou um cuidadoso “mix” de mídias que nos remete também à tradição grega dos Quatro Elementos. Fogo: o sol. Ar: o espaço onde a Instalação se projeta. Água: as gotículas de chuva que agem como prisma. Terra: o posto de observação de onde a Obra é fruída.
"O artista também preparou um cuidadoso “mix” de mídias que nos remete também à tradição grega dos Quatro Elementos. Fogo: o sol. Ar: o espaço onde a Instalação se projeta. Água: as gotículas de chuva que agem como prisma. Terra: o posto de observação de onde a Obra é fruída.
"Esta tendência de aproveitar o material em-bruto da própria Natureza demonstra a crescente integração entre a Arte Contemporânea e o mundo físico, calando os protestos daqueles para quem a Arte de hoje seria fechada em si mesma, inacessível às massas.
"E não há como negar a habilidade do artista ao fazer diante dos nossos olhos um verdadeiro malabarismo conceitual entre contemplação versus interatividade, experiência coletiva versus experiência única. Amparada pelas descobertas científicas no campo de Óptica, a crítica mundial já fez correr muita tinta em torno da ambiguidade da experiência do Arco-Íris.
"E não há como negar a habilidade do artista ao fazer diante dos nossos olhos um verdadeiro malabarismo conceitual entre contemplação versus interatividade, experiência coletiva versus experiência única. Amparada pelas descobertas científicas no campo de Óptica, a crítica mundial já fez correr muita tinta em torno da ambiguidade da experiência do Arco-Íris.
"Coletivismo: no instante da produção de um Arco-Íris no espaço, centenas, talvez milhares de pessoas, agrupadas, podem afirmar que estão diante de um mesmo fenômeno, que se dá em coordenadas precisas do Espaço e do Tempo. Trata-se de uma fruição coletiva semelhante à de um filme, uma peça de teatro, um espetáculo musical.
"Por outro lado, sabemos que quem define a visão do Arco-Íris é o ângulo preciso de onde cada observador individual percebe a Obra. A luz refratada na umidade do ar incide de forma única e irrepetível em cada par de retinas. O Arco-Íris de um não é (cientificamente falando) o mesmo Arco-Íris avistado por cada um de seus vizinhos mais próximos.
"Tendências da Estética contemporânea: interatividade, unicidade da experiência. Obra personalizada, múltipla e única."
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