Isaac Asimov dizia que quem escreve sem clareza é porque
pensa sem clareza. Todos os nossos pensamentos brotam de uma maneira meio
indisciplinada, com as idéias se entrechocando numa espécie de movimento
browniano de partículas. É preciso comprimir essas idéias, ajustá-las,
direcionar todas no mesmo sentido, fazer com que se harmonizem umas às outras,
e só então verbalizar o resultado.
Não se deve escrever tudo que passa pela nossa cabeça. A não ser que a intenção seja produzir poesia surrealista. Deve-se pensar com intensidade, arrumar os pensamentos com clareza, verbalizar o resultado – e só então passá-lo para o papel.
Não se deve escrever tudo que passa pela nossa cabeça. A não ser que a intenção seja produzir poesia surrealista. Deve-se pensar com intensidade, arrumar os pensamentos com clareza, verbalizar o resultado – e só então passá-lo para o papel.
Existem autores que têm facilidade para imaginar enredos,
mas não para escrever histórias (são duas coisas bem diferentes!). E existem
autores que são o contrário disso. No melhor dos mundos, aprenderiam a
trabalhar de parceria, abrindo mão do egocentrismo do crédito individual.
Por que motivo tudo tem que ter um autor único? “Um livro de Fulano e Sicrano”. Por que motivo isso seria menos artístico do que “uma canção de Fulano e Sicrano”?
A ficção de gênero (policial, ficção científica, horror) é cheia de autores que na verdade são pseudônimos ocultando bem-sucedidas duplas de parceiros: Lewis Padgett, Eando Binder, Lawrence O’Donnell, Robert Randall, Ellery Queen, Emma Lathen, Patrick Quentin, etc. Para não falar nas parcerias oficiais: Frederik Pohl e Cyril Kornbluth; Fletcher Pratt e L. Sprague de Camp; etc.
Por que motivo tudo tem que ter um autor único? “Um livro de Fulano e Sicrano”. Por que motivo isso seria menos artístico do que “uma canção de Fulano e Sicrano”?
A ficção de gênero (policial, ficção científica, horror) é cheia de autores que na verdade são pseudônimos ocultando bem-sucedidas duplas de parceiros: Lewis Padgett, Eando Binder, Lawrence O’Donnell, Robert Randall, Ellery Queen, Emma Lathen, Patrick Quentin, etc. Para não falar nas parcerias oficiais: Frederik Pohl e Cyril Kornbluth; Fletcher Pratt e L. Sprague de Camp; etc.
Os roteiristas de Hollywood descobriram na prática dois
arquétipos básicos da profissão: “the sitter and the talker”. Tem um que é
falador, sente-se mais à vontade andando de um lado para o outro e improvisando
em voz alta as situações e os diálogos. O outro fica sentado, ouvindo, fumando
e pensando. De vez em quando corrige o outro em algum detalhe. De vez em quando
anota algo num papel. Caberá a ele organizar por escrito a história que o
colega imagina, ajudado por suas dicas. Isso se chama co-autoria.
Será que algum desses artistas pensou em algum momento que estava se diminuindo, ou abrindo mão de sua criatividade, somente por estar trabalhando em conjunto com outra pessoa? Duvido.
Escrever é pensar: escrever juntos é pensar em conjunto. Às vezes dá mais trabalho do que pensar sozinho. Às vezes é capaz de salvar dois autores que, sozinhos, jamais conseguiriam produzir no nível de qualidade e complexidade que o trabalho em parceria lhes proporciona.
3 comentários:
Eus concordamos!
Torero, você e Pimenta são 2 raríssimos exemplos siameses, em nosso país, na fila indiana dos romeiros da Literatura.
E quanto ao Borges e o Bioy,Bráulio?
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